Falar no Caso PC Farias e não associá-lo ao nome do médico legista Fortunato Badan Palhares é impossível. Integrante da equipe de 10 profissionais que confeccionou o primeiro laudo sobre as mortes de Paulo César Farias e Suzana Marcolino, Badan, 17 anos após o ocorrido, ele diz que não se pronunciará sobre o caso.

Ex-professor da Universidade de Campinas (Unicamp) e atualmente dono de um laboratório, aos 56 anos o médico-legista afirmou, em entrevista ao CadaMinuto, que não foi convocado para participar do julgamento dos quatro ex-seguranças de PC. Sobre o laudo, que concluiu que Suzana matou PC e depois cometeu suicídio, Badan afirmou que só falaria se for chamado para o júri.

“Não tenho interesse em falar nisso agora. E outra coisa, foram 10 peritos que chegaram ao laudo final e eu não era o chefe da equipe”, disse Badan.

O médico legista, que ajudou a criar o hoje extinto Departamento de Medicina Legal da Unicamp, indagado sobre como recebeu a informação, à época, que seu laudo havia sido questionado, afirmou nunca se “importou” com a opinião dos outros. “Estou tranquilo, falarei se for convocado e se esse julgamento ocorrer”, limitou-se a dizer. 

Um dos médicos legistas responsáveis pelo segundo laudo do Caso PC Farias, Genival Veloso de França, está se recuperando de procedimentos cirúrgicos e disse não saber se virá para o julgamento dos acusados de participar do assassinato do ex-tesoureiro de Collor e da namorada dele Suzana Marcolino. Contactado pelo promotor Marcos Mousinho, o perito afirmou que pedirá dispensa por não ter condições de viajar.

Por telefone, França, que reside em João Pessoa (PB), conversou com a reportagem do CadaMinuto, mas disse não poder dar detalhes do laudo produzido em 1998. O perito afirmou que, se não conseguir ser dispensado de vir ao julgamento, falará à imprensa depois do seu depoimento.

Sobre as declarações do advogado José Fragoso, que defende os seguranças acusados de participação no assassinato de PC e Suzana, de que o laudo está repleto de “erros clássicos” França disse que não comentaria o fato. “Não vou polemizar o que foi dito por uma pessoa que não é da área. É o ponto de vista dele e por isso respeito”, limitou-se a dizer.

Domingos Tocchetto, perito criminal da equipe de França, foi intimado para depor no julgamento, mas disse que virá a Maceió se a Justiça alagoana arcar com os custos de hospedagem e passagem aérea. Sobre o trabalho realizado durante o Caso PC, Toccheto afirmou que precisaria rever o material confeccionado para dar detalhes.

“Estou desligado do caso há anos, não acompanhei mais depois que concluímos o laudo. Qualquer afirmação poderia ser leviana. Em relação a depor, não vou pagar do meu bolso, se pagarem, irei”, colocou Tocchetto.