Sobre as Casas Legislativas de Mario Guimarães e Tavares Bastos, a mesma indagação: ambas escondem suas respectivas caixas-pretas?
A realidade política do século XXI apresenta cada vez mais ferramentas de interação social. Sem dúvida vivemos novos tempos, com os quais, a tecnologia é aliada da transparência pública, consequentemente, de toda população.
Governos e órgãos públicos cada vez mais tornam os dados públicos acessíveis para que a sociedade acompanhe e fiscalize todos os gastos. Afinal, são oriundos da nossa contribuição, é o nosso dinheiro.
Infelizmente, em Alagoas, tal caminho político não é acompanhado “pari passu” com os desdobramentos das demais Casas Legislativas do país.
Recentemente, causou surpresa a divulgação de parte dos dados sobre salários e números de servidores da Assembleia Legislativa de Alagoas e da Câmara Municipal de Maceió. Com muitas dificuldades e inúmeras resistências, aos poucos, os dados são expostos publicamente, porém, infelizmente, ainda incompletos e maquiados.
Em uma delas, “surpresa”! Os valores dos salários superam o teto constitucional; além disso, constatou-se a presença de nomes de ex-vereadores na lista de servidores que sequer pisam naquela casa.
Na outra, a ausência quase que completa de respeito à transparência pública e a lei de acesso a informações, pois os salários foram divulgados sem os respectivos nomes dos servidores em três listas diferentes e de difícil compreensão.
Em ambas, existem funcionários que recebem mais de R$ 20 mil, entre outras anomalias inimagináveis para Casas Legislativas que deveriam ressoar os interesses da população e fiscalizar o poder executivo.
A grande expectativa da sociedade agora é o cruzamento das listas de ambas as casas. Ao que tudo leva a crer, surpresas ainda maiores devem aparecer.
Entretanto, se o Ministério Público não agir, creio que tal cruzamento de dados torne-se impossível.
No mais, é buscar conscientizar cada cidadão de seus direitos e responsabilidades.
Que a transparência pública, a lei de acesso a informações (LAI) e os dados abertos tornem-se balizadores das nossas expectativas políticas e - em breve - um traço marcante da identidade política de todo cidadão alagoano.
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