Eu li em um lugar qualquer que o carnaval de 2013, em Olinda/Pernambuco e Salvador/Bahia conseguiu arrebanhar um monte de foliões de Alagoas. Gente com dinheiro, gente que junta dinheiro o ano todo e gente que não tem dinheiro nenhum, mas mesmo assim gasta só para curtir três dias de puro êxtase em terras alheias. Isso deve ser a consciência da alegria, né?
Acompanhei na mídia nacional o rebuliço que a presença da dona do blog “Gerácion Y”, Yoani Sánchezb, provocou nos jovens vermelhos inchados de uma patriotismo alugado de outras terras, arrastando bandeiras partidárias.
Jovens vermelhos que lotaram aeroportos Brasil a fora e adentro ousando ensurdecer a democracia brasileira em nome da pátria alheia.
Marco Feliciano não é cubano, nem dança frevo, mas tem provocado uma barulheira no conceito de cidadania e mesmo assim o povo alagoano faz de conta que não é com ele, ou melhor, faz revolução no facebook, circulando frases feitas. E os jovens vermelhos, então? Silêncio no front!
Mas, é imprescindível atentar para um detalhe: o objeto de ataque de Marco Feliciano é preto, pobre e gay, portanto povos invisíveis.
Povos tão invisíveis que não movem, nem comovem multidões.
O Fora Marco Feliciano organizada por uma entidade alagoana não conseguiu mobilizar as muitas gentes, neste domingo, 17 de março,principalmente os pret@s e homossexuais.
- Se fosse a Parada Gay estaria todo mundo estaria aqui- disse o organizador.
Solidário à causa o Instituto Raízes de Áfricas se fez representar, com mais meia dúzia de outras entidades.
Adormecida a militância em Alagoas sofre da síndrome da passividade, um conformismo tão exacerbado que inquieta.
Será que consciência é artigo barato desses que a gente põe quando é conveniente, ou quando invade nosso entorno.
Enquanto em várias capitais das terras de Cabral a mobilização do Fora Feliciano levou centenas de gentes às ruas, no domingo em Maceió, éramos seis, somente seis entidades presentes.
E viva Marco Feliciano!