Tudo me pareceu uma brincadeira, mas foi crescendo, crescendo e me absorvendo. E de repente eu me vi assim, blogueiro.

Foi em 2005, quando o jornalista e companheiro Wadson Régis criou o “Alagoas 24 horas”, o primeiro portal independente de notícias em Alagoas e disse-me que iria escrever um blog.
E o que é blog? Pensei e não perguntei: fui pesquisar. Blog é um diário e ainda que haja quem diga o contrário, não levo em conta; para mim Blog é um diário e ponto final.

E sendo um diário, o blogueiro não tira férias; que o diga o jornalista Ricardo Kotsch, o primeiro a descobrir isto.

Como a primeira professora e a primeira namorada não se esquece, eu me lembro até do Henrique, dono da ID-5 e sócio de uma loja no antigo Shopping Iguatemi – que foi a primeira pessoa a escrever um comentário num blog em Alagoas.

O companheiro Wadson deu a idéia e a Monique, esposa dele, batizou de Blog do Bob. O Henrique, naquela casa de Chá Mate em frente à loja dele no Iguatemi, pegou o notebook e disse-me:

- Vou escrever o primeiro comentário, que é para abrir as portas!

Agradeço a todos. Ao Wadson, à Monique, ao Henrique, porque tudo começou daí e de uma forma tão incipiente, que sequer cuidamos de moderar os comentários – e quase entrei numa fria por isso.

Salvou-me a amiga jornalista Joice Carvalho, que estava no momento certo quando uma pessoa disse a um ex-deputado estadual que “um tal de blog do Bob” fez denuncias contra ele (o ex-deputado).

A Joice interrompeu e corrigiu:

- Não foi o Bob não. O Bob não disse isso. Foi alguém que comentou.

Em seguida, a Joice ligou para mim e alertou-me sobre a liberdade de se comentar no blog. Não havia moderador; os comentários eram postados direto por quem comentou. Tivemos de corrigir isto e, a partir daí, surgiu a figura do moderador de comentários.

Pois bem; o tempo não me parece ter se apressado, mas nesses oito anos da existência do Blog do Bob muita coisa aconteceu; e são coisas que me gratificam, me honram e me deixaram eternamente grato a todos que me honram com os comentários e as críticas.

Tem ainda o Cada Minuto, de cuja história eu participei como assistente do parto. Quantas noites eu dormi no Cada Minuto! Não posso esquecer o apoio do jornalista Carlos Melo, diretor-editor do portal; das amigas Tereza Cristina, Emanuelle, Ana Cláudia, Gilca Cinara, Maciel, Alana, Michelle; os pais e a irmã do Carlinhos.

Todos se transformaram em entes que estão registrados eternamente na memória. Não há chama que possa apagá-los, pois são marcas boas que a gente não tem sequer palavras para defini-las.

Simplesmente, marcas boas de um tempo que não se esquece.

Eu quero agradecer a todos de coração; nunca imaginei que um dia teria de escrever isto e sentindo uma emoção e uma sensação que não imaginava poder senti-la novamente, depois de tudo o que passei e enfrentei.

Quero com isso marcar a minha despedida. Outros desafios me surgiram e o caminho que me impõe passa pela imperiosa necessidade de crescer profissionalmente.

Para mim é dolorido. E sem dúvida por isso a hesitação, que me deixou com a carapuça de ser mais fácil aprender japonês em braile. Desculpe-me, mas não pode ser zero a zero nem 1 a 1.

Vou alçar novos vôos; uma ave velha ainda tem asas. Se não for abatido em pleno vôo, podem ter certeza que de lá estarei torcendo por todos vocês – que um dia me fizeram ser 1.