Se a eleição para presidente da República fosse hoje ou amanhã, o senador Fernando Collor poderia não se eleger – mas, ficaria em segundo lugar.
Dos nomes citados até agora para disputar a presidência da República, Collor está na frente do governador de Pernambuco, Eduardo Campos; do senador Aécio Neves e da ex-senadora Marina Silva.
Significa dizer que, se a eleição para presidente fosse hoje ou amanhã, Collor ficaria em segundo lugar. É isso o que mostra uma pesquisa reservada e que foi realizada em mais da metade dos 27 estados.
Collor está satisfeito com os 16% de intenção de votos, mas garante que o seu objetivo é voltar ao Senado. Todavia, como tem tomado decisões de última hora, tudo vai depender da conjuntura no momento da eleição, ou seja, o depois de amanhã.
O impeachment do Collor foi a maior sacanagem jurídica-política da história da República, e não só pelo ato invalido de pleno direito – ele tinha renunciado o mandato –mas pela armação sórdida para tirá-lo do poder.
É verdade que Collor deu motivos e um deles, talvez o decisivo, foi não ter se relacionado bem com o Congresso Nacional. E ninguém governa sem o Congresso.
Mas para tirá-lo do poder bolaram o plano que passou até pela colocação de um alagoano (Marcelo Lavenére Machado) na presidência nacional da OAB, cargo que nenhum advogado sem expressão nacional ousa almejar.
Para Marcelo Lavenére foi possível porque o plano para tirar o Collor do poder incluía a denúncia da OAB e nada melhor que a missão fosse desempenhada por um alagoano. Coisa de novela, pois não.
Na época, o Marcelo Lavenére estava na moda, mas poderia ter sido outro.
Collor sabe que cometeu erros e esses erros foram fatais, mas não deixa de ser prazeroso para ele ver muitos dos seus algozes encrencados hoje com a justiça.
Sendo senhor da razão, o tempo parece ter mostrado ao eleitor que tudo não passou de um ataque de sujo contra mal-lavado.
Ou seja: ninguém é melhor do que ninguém nesse jogo.