O cavalo está passando selado, e quem sabe com a última chance de recuperar o terreno perdido, e a Igreja Católica parece não vê.
A renúncia do papa Bento 16 abriu essa brecha, mas ninguém se entende no Vaticano; a disputa por poder é suja em qualquer instância, inclusive no Vaticano.
Vários foram os papas assassinados – e o mais recente deles ( João Paulo I ) na nossa Era; muitas foram as tramas sórdidas pelo poder dentro da Igreja.
Eu analiso a renúncia do papa Bento 16 por esse ângulo mais intricado da disputa de poder. O papa deixou claro que existe essa disputa de vaidades, que prejudica o Catolicismo, mas o momento da sua renúncia é que eu acho estratégico.
Vamos entender:
Octogenário, Bento 16 sabia que não concluiria o mandato – mas, só renunciou depois de ter nomeado mais de 60 cardeais que formam o colégio eleitoral, que elege o papa.
Coincidência?
Não; coincidência não existe.
Tratou-se de uma “jogada de mestre”, onde Bento 16 manipulou as pedras do jogo com paciência e discrição. Mas, parece que os adversários descobriram a jogada e Bento 16 está sendo obrigado a sair de cena antes de o jogo terminar.
Vai para o “retiro espiritual”. Resta saber se voluntário ou obrigatório.
E enquanto se discute o jogo político, o cavalo selado passeia pela Praça de São Pedro aguardando para ser montado.
Nesse cavalo selado está escrito: o Vaticano escolhe um negro para papa, o que seria o primeiro negro da história do Catolicismo a chegar a papa, ou o Catolicismo vai se manter nesse decrescendo em relação aos números de seguidores.
Os papas Vitor 1, Gelásio 1 e Melquíades erram africanos, mas não eram negros. E só um papa negro pode conter o crescimento do Islã e dos evangélicos no Continente.
Até mesmo a América Latina, onde está a maior população católica, perdeu espaço com a redução do número de cardeais no colégio eleitoral do Vaticano.