O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, já denunciou o ex-presidente Lula, o senador Renan Calheiros, e o escambau. Só não denunciou o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Por quê?

Não sei. É melhor perguntar lá no Posto Ipiranga.

O que eu sei é que o bicheiro Carlinhos Cachoeira colocou 15 milhões de reais nas mãos do advogado Marcio Tomaz Bastos, e não me consta que alguém com 15 milhões de reais possa vir a ser condenado no Brasil.

Tampouco me consta que alguém torre assim 15 milhões de reais sem a certeza de não correr risco algum. O que eu sei é que o bicheiro Carlinhos Cachoeira está livre, leve, solto e bronzeado do sol da Bahia.

Para tal, o bicheiro Carlinhos Cachoeira contou e muito com a colaboração do procurador-geral Roberto Gurgel, a quem, com certeza, será eternamente grato por ter-lhe facilitado as coisas.

O procurador diz que não faciolitou a vida de Carlinhos Cachoeira, e explica que segurou a denúncia da Polícia Federal contra o bicheiro por pura estratégia processual.

Ah, bom.

E o Lula? E o Renan?

Esses eu sei. O Lula porque é imbatível nas urnas e só existe duas possibilidades de derrotá-lo: um processo que o impeça de se candidatar ou a morte.

E eu acredito piamente que tudo é capaz de acontecer; se o “plano A” não der certo eles partem para o “plano B”.

E com o senador Renan? Ah, com o senador Renan chega até ser hilário porque o procurador geral da República requenta um “munguzá” de 2007 sem o menor constrangimento.

Mas, deve ser  porque não dá mesmo para disfarçar. Se o Renan não fosse candidato à presidência do Senado o “munguzá” de 2007 já teria ido para o lixo.

E o procurador Roberto Gurgel não teria de passar pelo vexame de parecer menino de recado dos que não gostam do Lula e temem a força do PMDB.

Que pena que é assim.