“Ei você aí, me dá um dinheiro aí, me dá um dinheiro aí, não vai dar, não vai dar não, você vai ver a grande confusão...”. Parece que a marchinha de carnaval, festa que já se aproxima, bem se adapta ao vergonhoso papel que os governos estadual e municipal vão passar para poder garantir um pouco do resquício da folia momesca que Maceió ainda possui, ou seja, o familiar e gostoso desfile do Pinto da Madrugada.


Alguns até podem dizer que não se deve dar dinheiro público para festas como o carnaval. Faço um contraponto. Carnaval, gostando ou não dele (e aqui vai a opinião de alguém que é apaixonado por carnaval, nascido inclusive no alegre mês de fevereiro) é patrimônio imaterial do povo brasileiro. É cultura, é alegria e faz parte de nosso DNA.


Em Alagoas, a alegria do desfile dos dez anos do Pinto da Madrugada, que ora infelizmente agoniza na busca de apoios para sua realização, é a única grande manifestação popular onde as famílias ainda conseguem brincar sem ter que pagar, sem confusões ou violência, somente pelo prazer de estarem fantasiadas e poderem ir para as ruas e extravasar a criatividade inerente ao povo brasileiro, principalmente ao povo nordestino.


É fato que o carnaval em Maceió é inexistente, contentamo-nos sempre com as prévias, e neste ano acho que nem isso vai acontecer a depender da boa vontade e do bem “gerenciado” gasto público do governo explosivo e desenvolvimentista do PSDB.


Acredito que a cultura também deve ser preocupação de um gestor público, principalmente a cultura popular, e o carnaval é a maior e melhor representação dela. Democrático e isonômico, onde a alegria e a criatividade, ínsitas ao povo brasileiro, são a plataforma, não se deve brincar com a cultura popular como se está brincando também de fazer educação, saúde e segurança.

Aliás, brincar é tudo o que se quer no carnaval, digo, nas prévias. Ou seja, eles, nossos gestores, brincam onde deveriam ser sérios e são sérios com a brincadeira, vai entender esta explosão de sentimentos!


Não se pode deixar morrer a alegria, que infelizmente também tem seu preço, representada pela nada engraçada via crúcis com que os idealizadores do “Pinto” estão passando para que todos, friso, todos, possam ter um dia, ao menos, de festa popular e familiar.


Esperemos realmente que nossos explosivos desenvolvimentistas gestores da coisa pública entendam e possam garantir a alegria de mais uma festa familiar, pois o “Pinto” já está literalmente incorporado no calendário das festividades que Alagoas possui, e de tantas que são, não é mesmo?


Por exemplo, temos a..., o..., aquela outra... (quase não consegui lembrar de tantas que são...)


Termino com a citação da canção titânica que espero que os governos estadual e municipal entendam que a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte, e em termos artísticos o carnaval é simplesmente sem igual...