Pouco mais de 15 dias nos respectivos mandatos os prefeitos alagoanos já sentiam o desconforto em administrar os municípios castigados pela inoperância e/ou incompetência dos ex-gestores - principalmente no final dos mandatos - quando não foram reeleitos e nem conseguiram fazer sucessores.

 Os atuais – que imaginavam uma administração tão sonhada – estão cada vez mais “desiludidos” com o cargo de prefeito. Muitos já disseram pelos corredores que ser prefeito está ficando cada vez mais complicado. Insatisfeitos, outros falam até que se ‘arrependeram’ de terem sidos eleitos em outubro passado.

Ontem, por exemplo, mais gestores revelaram à imprensa que encontraram os Executivos com bastante irregularidades deixadas pelas gestões anteriores. É o caso do prefeito de Feira Grande, Veridiano Almir (PMDB), que falou que todas as ações administrativas do Município estão inviabilizadas por conta das diversas irregularidades encontradas.

Em Traipu não está sendo diferente. A prefeita Conceição Tavares (DEM) foi pega de surpresa ao saber que a conta da prefeitura foi totalmente zerada. A ex-prefeita Julliany Machado (PTB) não deixou um tostão sequer para que a nova gestora pudesse financeiramente administrar a cidade. Antes de deixar o mandato, Machado realizou várias transferências bancárias no mês de dezembro. Com isso, Tavares ficou também sem dinheiro para pagar as contas e sem a primeira parcela do FPM.

Na Barra de São Miguel, o prefeito José Medeiros Nicolau, o Zezeco (PP), buscou soluções enérgicas para tentar superar a crise. Como é de conhecimento de todos, ao assumir, Zezeco encontrou o município totalmente sucateado e sem os serviços públicos para população. De imediato, uma das soluções encontrada pelo prefeito foi cortar os gastos públicos e reduzir o número de secretarias e de cargos comissionados. Além disso, tenta fazer uma parceria com os moradores com a renegociação das dívidas e pedindo que sejam pagos o IPTU e impostos.

Neste mês de janeiro o que ocorreu nas contas das Prefeituras foi com relação a primeira parcela do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) que - ao ser creditada - foi descontada para quitar os débitos das gestões anteriores. Atualmente, cerca de vinte cidades decretaram situação de emergência - no mínimo - sessenta dias.

Estão na lista São José da Laje, Canapi, Piranhas, Maribondo, Olho D’Água das Flores, Pilar, Campo Alegre, Igaci, Craíbas, Coité do Nóia, Inhapi, Carneiro, Paulo Jacinto, Major Izidoro, Satuba, Barra de São Miguel, Passo do Camaragibe, Chã Preta e Estrela de Alagoas.

O Ministério Público de Contas já disse que vai convocar os prefeitos para que eles apontem, mostrem e digam os motivos que levaram ao decreto. O MP de Contas deseja que seja de forma objetiva e documentado. O Órgão ainda vai solicitar ao Tribunal de Contas do Estado de Alagoas (TCE-AL) uma auditoria nesses municípios para responsabilizar os verdadeiros culpados.

Será?

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