- “Para cada 1 real a menos na conta de energia elétrica, são mais 7 reais no Produto Interno Bruto do país”.

Com esse argumento o senador Renan Calheiros, relator da Medida Provisória que reduziu a conta de energia elétrica, dificultou a reação contrária à MP.

O senador mineiro Aécio Neves era o comandante da reação e previa uma catástrofe no setor energético, caso o valor do Megawatt fosse o estipulado pela MP - que é de 11 reais.

Aécio agiu no rastro do que, uma semana antes, o presidente da Companhia de Eletricidade de Minas Gerais (Cemig) alardeou na primeira reunião conduzida por Renan para discutir a MP.

A MP que reduz a tarifa da energia elétrica para as famílias e as empresas em geral era como “questão de honra” para a presidente Dilma.

Ao receber a MP para relatar, o senador Renan sabia que iria para um jogo decisivo e no qual não caberia sequer empate.

Entre os jornalistas que cobrem o Congresso Nacional, a leitura feita foi de que a MP foi a “cereja do bolo” de Renan na caminhada de volta à presidência do Senado.

Na MP que reduz a tarifa da energia elétrica, todos saíram ganhando:

A presidente Dilma, que deu a idéia.
O senador Renan, que aproveitou.
O pai de família, que vai pagar a conta de luz 16% mais barata.
A indústria, que vai poder investir na produção.

E para fechar o cerco contra os que reagiram em desfavor da MP, o senador Renan alfinetou:

- “Eles ( as concessionárias de energia ) alegam que haverá perdas, que os acionistas vão perder, essas coisas. Nada disso é verdade. O que a MP propõe é retirar da planilha aquilo que o contribuinte já pagou há tempo, ou seja, os investimentos que eles fizeram e que já cobraram do consumidor.”

E na peleja da MP, a presidente Dilma Rousseff fez um gol com passe do senador Renan – que, antes, teve de cortar pelo centro e pela direita.