Somos seres políticos e isso é um fato irremediável. A política comunitária, social, cultural e/ou eleitoral penetra em nossas vidas e dificilmente se retira dela sem trazer marcas indeléveis. A cada dois anos no Brasil participamos de pleitos eleitorais para escolha de prefeitos, vereadores, governadores, deputados, senadores e somos sempre levados pelo mesmo espírito democrático a também escolher outros representantes em possíveis relações condominiais, em associações de classe, em grupos escolares, relações laborais etc.
O voto se tornou a arma da (in)consciência coletiva no conserto, acerto ou arranjo dos rumos que a sociedade toma a cada vez que é chamada a escolher seu próprio destino.
É a democracia que nos faz e nos obriga a sempre estar em rota de colisão com os interesses da cidadania coletiva e individual para tentar aferir sempre a melhor escolha, através da maioria, que por muitas vezes não significa a melhor, mas que deve sempre ser respeitada em razão de ter sido tomada pelo maior número de vontades no referido pleito.
“One man one vote” assim igualamos pretos e brancos, pobres e ricos, analfabetos e doutores, cultos e ignorantes, sempre na heterogenia da sociedade que se (re)discute a cada temporada de caça aos votos.
(In)felizmente a política eleitoral, ainda que se teime em dizer que votamos em pessoas e não em grupos políticos, é partidária. E confesso que atualmente sinto vivermos uma crise ideologicamente profunda quando o assunto é a filosofia ou a ideologia dos partidos políticos brasileiros (se é que eles possuem isso!!!).
Tomando Alagoas como exemplo verificamos que nosso estado segue em contramão às escolhas da nação, pois há 10 anos se escolhe o presidente do país de uma corrente partidária tida como de esquerda, com aprovação popular batendo a porta dos quase 90% , e o PT ou suas “coligações” aqui em terras dos marechais não conseguem eleger uma bancada de vereadores ou deputados significativa a representar este apoio ou aprovação popular.
Ou será que toda a rejeição ao ex-presidente Lula ou a presidenta Dilma parte de Alagoas? Acho muito improvável.
Ao mesmo tempo escolhe-se aqui um partido (PSDB) (já há algum tempo) com uma gestão para lá de questionável quando o assunto gira em torno dos péssimos índices de segurança, educação e saúde.
Ainda assim o PT e seus partidos aliados não conseguem fazer oposição, crítica, digna, altiva e nem mesmo histórica na minha mais modesta e humilde opinião. De duas uma, ou o quadro nacional é surreal ou o quadro alagoano é de uma realidade mais trágica do que a própria ideia que se deveria ter de situação versus oposição. E vice-versa. Entenderam?
Já o PSOL que fez uma das mais belas campanhas que já vi para a prefeitura de Maceió, limpa, coesa, sincera, pé no chão e com votação substancialmente significativa, após a espera de seu pujante crescimento se apequena com discussões “indígenas” de caciques que mais se assenhoram à relação de Casagrande e Senzala, na busca de personificações nada republicanas. (confesso que até pensei em me filiar ao PSOL, mas depois de tudo isso refreei meus desejos...)
Com tudo isso, a cada ano, a cada pleito o famoso tabuleiro eleitoral se pinta com cores e matizes diversas e o povo alagoano, à espera do Salvador (quem sabe apareça por aqui um Sassá Mutema), continua respondendo como pode ou como mandam os senhores do engenho e eu ainda procuro um partido que possa realmente ser digno do engajamento para a discussão e a transformação da sociedade que mais clama por igualdade social, educação, saúde, segurança e acima de tudo RESPEITO!
PROCURA-SE UM PARTIDO!