Atropelada em 2010 pela lista de adversários que o presidente Lula se empenhou em derrotar na disputa pelo Senado, a vereadora Heloísa Helena é a bola de vez em 2014. Mas, ao contrário de 2010, desta vez em condições favoráveis.

Se a disputa pela única vaga no Senado se polarizar entre o governador Téo Vilela e o senador Fernando Collor, a chance de Heloísa se eleger senadora aumenta consideravelmente.

Em 2010, o Lula contribuiu e muito para a derrota dos senadores Tarso Jereissati e Arthur Virgílio – que não se reelegeram. Em Alagoas, particularmente, o empenho de Lula para derrotar Heloísa alavancou a candidatura de Benedito de Lira – que se elegeu desafiando os prognósticos.

Na eleição majoritária de 2014 a polarização de candidaturas favorecerá a esquerda, de modo que Téo e Collor terão de cooptar uma “esquerda de aluguel” disposta a lançar um candidato laranja para dividir o eleitorado de Heloísa.

Senão, vai ficar difícil.

O problema de Heloísa é só o interior. Se ela conseguir se aproximar do eleitorado interiorano e, especialmente, o eleitorado rural, já será por si só uma candidata difícil. E se a polarização da candidatura se confirmar, aí o caminho para a volta dela ao Senado estará mais fácil.

Em 2014 será a hora e a vez de Heloísa Helena.

Talvez por isso ela não tenha seguido o conselho da amiga Marina Silva, para transferir o título para o Rio de Janeiro e disputar o Senado por lá.

Heloísa espera a vez que ela sabia que iria chegar depois do insucesso de 2010.