A decisão do presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, com sede em Recife, negando o acesso antecipado à prova de Redação do ENEM devolveu-me a esperança em que se fará Justiça.

Um juiz em Minas Gerais negou o acesso antecipado à prova. Nota 10 para o juiz mineiro, mas um juiz carioca concedeu o acesso – e nota zero para o juiz carioca.

Em primeiro lugar deve-se levar em consideração que, desde que foi criado, o ENEM vem sendo boicotado. Com a conivência de servidores públicos corruptos, de ordinário, vazaram-se alguma coisa antes das provas em anos anteriores.

E a quem interessa a desmoralização do ENEM?

Só pode interessar às escolas particulares, que são julgadas no processo e entram em pânico para manterem o conceito. Quanto mais aluno aprovar, melhor.

Ora, todos ficaram sabendo do resultado da pesquisa feita pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo, e que reprovou quase 70% dos médicos recém formados.

E existem mais faculdades de Medicina do Brasil, que nos Estados Unidos!

Quando alguém interfere favoravelmente a um pleito como esse, de antecipar a revisão da prova, esse alguém está prestando um desserviço à educação e, por via de conseqüência, à sociedade.

Deve ter havido alguns erros na prova de Redação do ENEM, mas, esses erros devem ter sido cometidos pelos que assassinam a língua pátria.

Ouvi um aluno declarar na televisão que “estudou muito” e não conseguiu fazer 500 pontos na provada de Redação. Mas, é preciso saber o que é que esse aluno entende por “estudar muito”, porque o certo é dizer que “leu muito”.

Sim, porque quem não lê não escreve. Não existe professor de Redação para um aluno que não ler.

Aliás, quem não ler simplesmente não existe. Apenas ocupa espaço e sobrevive à margem dos que decidem porque leram.

A decisão do TRF da 5ª Região me devolveu a esperança, mas alguém sussurrou que ainda corremos o risco de o Ministério Público apelar.

Façam isso não!

A educação de qualidade agradece.