O prefeito Cícero Almeida soube com antecedência do teor do discurso da vice-prefeita dele, Lourdinha Lyra, e desistiu de ir à solenidade de transmissão de cargo aberta ao público.
Deve ter sido a primeira vez na história de Maceió, que isso ocorreu. Por favor, alguém me ajude, mas acho que foi a primeira vez que um prefeito faltou à solenidade.
Desprezada, traída e relegada nesses oito anos em que esteve como vice-prefeita, Lourdinha Lyra despediu-se com um desabafo.
Além de dizer que “saía de mãos limpas”, ela também disparou: “Não era isso (conchavos e negociatas) que eu me propus a fazer”.
A frase de Lourdinha revela o que todos já sabem sobre os porões dos bastidores da administração municipal. Se o Ministério Público for à fundo nas investigações vai descobrir a lama que a ex-vice-prefeita Lourdinha se recusou a meter a mão.
Lourdinha não disse 1% do que sabe, mas ao informar que saia de mãos limpas ela deixou claro que houve irregularidades graves que devem ser apuradas.
Quem enriqueceu nesses últimos oito anos deve ter a chance de provar que é fruto do talento e da lisura, e não cabe aqui precipitar o julgamento do talento de ninguém.
Mas, o que está na rua; o que está nos comentários nas esquinas tem servido para antecipar os “veredictos” populares sobre o mar de lama na prefeitura.
O mar de lama no qual Lourdinha se recusou mergulhar.
O que, afinal, aconteceu de tão grave assim nesses últimos oito anos na Prefeitura de Maceió? Se alguém sabe, que se revele ou se cale para sempre.