Em Alagoas, há infelizmente a cultura de culpar o coveiro pela morte da vítima. Poderia, sem dúvida, trazer alguns exemplos que nos saltaria os olhos. Na última sexta-feira, durante a visita do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ouvi, em off, algumas autoridades condenando veementemente a postura dos agentes de polícia que trabalham na DEIC.

Essas autoridades acreditam que os policiais deveriam ter encontrado um lugar melhor para armazenar os artefatos, independente de o Estado ter ofertado essa possibilidade ou não. O discurso é, no mínimo, estranho mas o governador Teotonio Vilela revelou que na próxima semana receberá o relatório preliminar e adiantou para imprensa que os responsáveis serão punidos.

A comissão de delegados da Polícia Civil tem por obrigação que investigar a explosão da DEIC de forma macro e não micro como quase sempre as diligências acontecem. Apontar apenas para o catalisador da explosão não resolverá a dinâmica dos acontecimentos ou até pode solucionar para alguns.

Outra triste cultura que temos em nosso estado é a de transformar vítima em culpado do dia para noite. Nesse sentido somos experientes. Não adianta dizer que é mentira porque foi assim com Fábio Acyolli, Giovanna Tenório e agora, recentemente, com a jovem Barbara Regina

Diante desse cenário a comissão de delegados tem uma missão bastante importante e única. Culpar o coveiro pela morte da vítima pode servir para concluir o inquérito, mas não apontará o sentido correto das diligências. .