Agora dá para contar.
Na eleição de 2010 o presidente Lula apoiou o governador Téo Vilela por convicção e também atendendo ao pedido do governador pernambucano Eduardo Campos.
Lula chegou a dizer que o Ronaldo Lessa “era muito desvairado” e se negou a visitar Alagoas na campanha eleitoral – ele a sua candidata, Dilma.
E só a pedido do senador Renan Calheiros foi que Lula cedeu e gravou a mensagem pedindo votos para o Lessa.
Além da convicção e de uma amizade que vem quando ambos – Lula e Téo – não tinham mandato algum, na eleição de 2010 havia outro propósito do Lula – que era derrotar a candidata ao Senado Heloísa Helena.
Tal empenho presidencial explica a eleição do senador Benedito de Lira, quando muitos consideravam arriscada a sua aventura de trocar o certo pelo duvidoo. Benedito era deputado federal com reeleição certa.
Para Benedito, o Senado era dúvida. Mas, a política tem as suas razões que a própria razão desconhece e o momento apareceu propicio.
Quanto ao governador Eduardo Campos, ele não perdoa o que Lessa tentou fazer com o seu avô, Miguel Arraes, num momento em que este estava politicamente fragilizado.
Lessa tentou tomar-lhe a presidência nacional do PSB, não conseguiu e nem poderia conseguir, e saiu da disputa enfraquecido.
Sem clima no PSB, Lessa contou com a sorte. A morte de Leonel Brizola lhe permitiu finalmente tomar o PDT de Geraldo Sampaio.
Sampaio queixava-se do assédio e enaltecia a figura de Brizola, que rechaçou todas as propostas. Brizola tratava o “Geraldão” por “doutor Sampaio” e lhe garantiu o PDT enquanto esteve vivo.
Depois que Brizola morreu, o Carlos Lupi fechou o negócio e entregou o PDT ao Lessa.
Essas minúcias nos bastidores da política alagoana levam à complexidade do quadro político, com vistas as próximas eleições.
O que se pode prever para 2013 passa necessariamente pela posição que Lula e o governador Eduardo Campos vão assumir. É possível que ambos se separem em 2014, porque o governador pernambucano aspira a candidatura a presidência da República.
Ou a vice-presidente.
Nessa hipótese, Eduardo Campos seria o vice-presidente de Aécio Neves e os reflexos na política alagoana seriam de uma divisão efetiva na disputa. Se em 2010 as convicções de Lula o levaram a apoiar o candidato a governador tucano, em 2014 a realidade o levará a refazer a opção.
Nesse quadro, quem está fortalecido é o PMDB do senador Renan Calheiros. O partido conseguiu aumentar o número de prefeituras e entre os candidatos próprios e os aliados que elegeu tem mais de 80 dos 102 municípios.
Em 2014 a vereadora Heloísa Helena vai disputar novamente o Senado, sabendo que a sua chance de se eleger está na polarização das candidaturas de Fernando Collor, candidato à reeleição, e do governador Téo Vilela, candidato a voltar ao Senado.
E na disputa pelo governo do Estado, o PMDB tem pelo menos dois candidatos tipo renovação. São eles: o deputado federal Renan Filho e o prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa.
Renan Filho foi prefeito de Murici e colocou a casa em ordem. Fez uma administração austera e saneou as finanças do município.
E Luciano Barbosa é, sem dúvida, o melhor prefeito da história de Alagoas. Luciano foi o primeiro prefeito alagoano a investir na educação por tempo integral.
Por isso, foi reeleito em 2008 com o maior percentual de aceitação do país.
Não dá, pois, para se fazer previsão. Como dizia Tancredo Neves, a política é igual às nuvens no céu. Você olha e vê um desenho; quando tira a vista o desenho já é outro.
FELIZ ANO NOVO para todos que nos prestigiam com a leitura e os comentários. Que o Grande Arquiteto do Universo nos transforme em pedreiros da paz, da ordem, da justiça, da compreensão, da amizade, da solidariedade, da união...
Feliz 2013!