A mais nova investida contra a nossa liberdade de escolha ocorreu em São Paulo. A Alesp aprovou um projeto de lei do deputado Rui Falcão (PT, tinha que ser...) que proíbe a venda de alimentos e bebidas com a inclusão de brinquedos promocionais ou colecionáveis. A proposta pretende cuidar das nossas crianças e impedir que elas sejam seduzidas por malvados mercadores de açúcares e calorias. A proposta também restringe a publicidade desses produtos.
Como são bons e preocupados esses nossos políticos, não? Querem cuidar de nossas crianças!
Esse é só mais um retrato do nosso estado-pai, ou estado-babá. A aprovação dessa violência contra a livre escolha é um sintoma do tempo que estamos vivendo no Brasil. Aqui, quanto mais o estado se meter na vida do cidadão, melhor. Políticos dizem o tempo todo que vão “cuidar das pessoas”. Inventam as restrições mais esdrúxulas para “cuidar da gente”. São vários os órgãos que estão aí para nos proteger de nós mesmos e de nossas escolhas. Desde o Procon controlando preços até o Ministério Público controlando a moral e os bons costumes nos estádios de futebol.
Eles avançam sobre nossa liberdade! Querem impedir que nós, pais, escolhamos comprar ou não um Mc Lanche Feliz ou um ovo de páscoa com um boneco do Batman! Que piada!
O pensamento paternalista é essencialmente autoritário. Já disse isso em várias ocasiões e aqui repito. Quando o estado quer cuidar de nós, ele quer também nos controlar. O pai, que cuida, também tem autoridade. Se o estado lhe dá saúde de graça, ele pode mandar você parar de comer porcaria. E mais ainda! Já que você só pensa em trabalhar, o estado vai cuidar de seus filhos por você! É típico.
É preciso pensar nisso, amigos. A cada dia vejo mais gente aceitando calada esse avanço do estado regulando tudo. Em nome do “coletivo”, damos mais poder a políticos e burocratas para que eles, e não nós, decidam o que queremos para nossas vidas. Qual a vantagem disso? Que ética distorcida é essa? Vamos entregando nossa liberdade e com ela nossas responsabilidades. Quem escolhe a vida queremos viver? Queremos mesmo ceder assim nossa liberdade de escolha? Por acaso as pessoas são tão idiotas que não podem decidir a comida que os filhos vão comer? Essa “luta contra a obesidade” não está passando dos limites?
Toda vez que você ouvir alguém bem intencionado querendo uma sociedade “mais justa”, desconfie. O que ele quer, na verdade, é que sua concepção de justiça prevaleça sobre a dos demais. A proposta de salvar as crianças das garras do Mc Donalds pode até ser bem intencionada, mas é uma violação absurda ao direito da liberdade. E mesmo que ela levasse ao fim da obesidade infantil não teria meu apoio. Porém, é óbvio que essa medida não garante diminuição da obesidade infantil. No máximo, os pais terão que comprar o brinquedo mais caro além do lanche de alta caloria. Mais uma vez, quem paga pela bondade dos políticos? Nós, consumidores!
Qual será o próximo passo? Proibir o hambúrguer? Se a questão envolve comida, bom, talvez seja a hora de permitir somente lanches vegetarianos. Só peço aos políticos que não fechem o Passaporte do Gaúcho. Seria demais para mim...