O desempenho do senador Renan Calheiros na condução da Medida Provisória 547, que trata do barateamento da energia elétrica no país, tornou-se a “cereja do bolo” na expectativa dele de voltar à presidência do Senado.
Renan foi impecável e deu uma lição de como se deve conduzir uma matéria tão complexa, que mexe com os interesses das poderosas concessionárias de energia elétrica e o seu “lobby” no Congresso Nacional.
Uma dessas concessionárias, a mineira Cemig, chegou a ameaçar ir à Justiça caso a tarifa de energia elétrica seja reduzida. E, em silêncio, o senador Renan ouviu a ameaça da Cemig, mas como quem queria dizer: é um direito de vocês.
Para os jornalistas, o senador Renan explicou:
-“Não se trata de reduzir simplesmente a tarifa, mas de retirar da tarifa o percentual referente aos investimentos que foram realizados e que já foram pagos há muitos anos, mas que elas (concessionárias) continuavam cobrando do consumidor.”
Renan tapou a boca dos queixosos, que não esperavam a reação sutil.
Aprovada na Comissão Mista com louvor, a Medida Provisória vai garantir energia elétrica mais barata para o consumidor residencial e industrial.
-“A conta de luz ficará mais barata dezesseis por cento. É dezesseis por cento há mais no orçamento dos pais de família e isso é um alivio para mais de setenta milhões de consumidores domésticos no país” - disse o senador Renan, que foi cercado pelos jornalistas.
Outro detalhe destacado pelo senador Renan refere-se ao estudo entregue a ele pera Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) garantindo que, para cada 1 real de redução na conta de energia no setor industrial, haverá um incremento de quase 9 reais no Produto Interno Bruto (PIB).
Os maus alagoanos não vão gostar do que eu vou dizer agora, mas o que mais chamou a atenção na entrevista de Renan aos jornalistas foi a saudação do senador Eduardo Braga (AM), líder do governo no Senado, que ia passando e se deteve para cumprimentá-lo:
-“Meu presidente, parabéns”.
Para entender: o senador Eduardo Braga, até três meses atrás, era o principal concorrente do senador Renan na disputa pela presidência do Senado. E antes de cumprimentar Renan chamando-o de presidente, Braga já havia dito numa entrevista à Rede Brasil que, na disputa pela sucessão do senador José Sarney, ele (Eduardo Braga) era candidato a eleitor.