Faltando 26 dias para deixar o cargo, o prefeito Cícero Almeida começa a tropeçar nas pedras que ele mesmo colocou no seu caminho achando que tudo podia e que nada iria detê-lo.

O processo no qual teve os bens bloqueados é apenas o primeiro de uma série. Os ventos que Almeida semeou virão na forma de tempestade.

Quanta ironia!

O prefeito mais bem avaliado de Maceió deixa o mandato sob a mira da Justiça e com o Ministério Público no calcanhar.

Almeida é hoje um homem milionário, mas o futuro político não depende mais dele. Depende da Justiça, onde estão os três processos pesados que vão lhe render dissabores.

No processo em pauta, no qual teve os bens bloqueados, a acusação é pelo desvio de R$ 3 milhões destinados a aquisição de um veículo para a Secretaria Municipal de Educação.

A dispensa de licitação se baseou numa declaração fajuta de exclusividade, que o juiz Élio Siqueira detectou sem dificuldade. Alertado da ilegalidade, Almeida devolveu o dinheiro à União.

Devolveu, virgula; na verdade, Almeida remanejou o dinheiro da prefeitura para tapar o buraco que ele abriu. Ou seja: não ressarciu o erário e foi denunciado pela Advocacia Geral da União.

Cícero Almeida está em maus lençóis porque existem ainda dois outros processos: o da “Operação Taturana”, na qual foi indiciado, e do escabroso contrato para coleta do lixo.

O fim melancólico da administração de Cícero Almeida dá o rumo do que pode desabar nas costas dele. Cícero Almeida corre o risco de ser preso.

Depois de brigas com os umbandistas, Almeida enfrenta agora a maldição da "Pomba-Gira" e terá de ficar "girando" entre Recife, onde está sediado o Tribunal Regional da 5ª Região, e Brasília, onde está a única esperança contra o mal maior.