Sobrecarregado com o peso da Medida Provisória da energia elétrica, o senador Renan Calheiros promete esgotar o diálogo com todos os segmentos envolvidos. Mas, avisa que a proposta de redução da tarifa de energia elétrica é inegociável.
-“Vamos ter de reduzir a conta de luz para as famílias e para quem produz bens e gera empregos” – avisou o senador.
A expectativa é de que a conta de luz para as famílias fique 16% mais barata e, para as indústrias, 20%. Essa também é a expectativa da presidente Dilma, que propôs a Medida Provisória e calculou a redução com base em dados reais do setor.
Relator da MP que trata da renovação da concessão para exploração e comercialização da energia elétrica no país, o senador Renan explicou o cálculo da presidente Dilma e concorda com ele (calcula) porque o país tem a tarifa de energia elétrica mais cara.
-“O que vem acontecendo é que as concessionárias mantém na tarifa o custo de investimentos que já foram pagos” – explicou o senador Renan.
Às voltas com a discussão sobre a MP da energia elétrica, o senador Renan tem que encontrar tempo para discutir outra questão que ele considera crucial e que envolve diretamente os interesses de Alagoas – que é a mudança do indexador da dívida com a União.
Renan esteve esta semana com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e agendou com ele a participação na reunião de terça-feira, 4, da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. O ministro vai falar sobre a mudança do indexador da dívida dos estados e sobre mudanças no ICMS.
O indexador da dívida de Alagoas é o IGP-DI, mais o percentual que varia entre 6% e 9% ao ano, o que tem provocado a sangria de quase R$ 50 milhões mensais ao Estado só com o pagamento dos juros.
-“Esse indexador é um absurdo. Eu propus trocá-lo pelo IPCA, que é a proposta do PMDB em nível nacional, mas o governo acenou com a taxa Selic, o que já é um avanço significativo”, disse o senador Renan.