O ex-presidente Lula está fazendo um esforço hercúleo para lembrar o que conversou com a ex-chefe do escritório da presidência da República, em São Paulo, Rosymeire Novaes.
Dizem aqui em Brasília que a presidente Dilma perguntou ao Lula se ele se lembrava do que haviam conversado ao telefone.
A operação da Polícia Federal, batizada de “Porto Seguro”, grampeou 122 ligações telefônicas de “Rosy”para Lula – e sempre por iniciativa dela – depois que Lula deixou a presidência.
O que conversaram não se sabe, mas com certeza não foi assunto relacionado ao Corinthians – que é a paixão futebolística do Lula.
Segundo a PF, os telefonemas tinham intervalos de cinco dias. A preocupação da presidente Dilma é sobre a possibilidade da conversa grampeada vazar à imprensa.
Dilma também não está satisfeita com o chefe da Advocacia Geral da União (AGU), Luiz Adams, e já o teria avisado para tirar da cabeça a ideia de ser nomeado para ministro do Supremo Tribunal Federal.
O nome de Adams não foi citado na operação da PF, mas como o seu substituto imediato, José Weber, foi indiciado, a presidente Dilma ligou o “desconfiometro”.
A operação da PF teve um lance hilário, segundo os comentários no Congresso Nacional, que aconteceu quando os agentes estavam na casa de Rosymeire Novaes.
Desesperada, ela discou para o ex-ministro José Dirceu pedindo ajuda e obteve como resposta que “nada podia ser feito”.
Mas, o pior é que a chefe do escritório da presidência da República em São Paulo é considerada "brega" por pedir brindes relativamente baratos pelas facilidades que conseguia. Um dos brindes que Rosymeire pediu foi uma cabine num cruzeiro pelo litoral paulista no valor de 2 mil e 500 reais.
Muito pouco, por certo, quando se compara aos acertos para concessão da licença de uma ilha no litoral paulista à exploração da iniciativa privada.