Com os combates na Faixa de Gaza entrando em seu quinto dia e os foguetes palestinos aterrissando cada vez mais dentro de Israel, os viajantes que esperavam visitar a Terra Santa estão começando a pensar duas vezes.

Israel ameaçou neste domingo(18) intensificar a operação militar que bombardeia Gaza pelo quinto dia consecutivo, matando nove palestinos, ao mesmo tempo em que prosseguiam os esforços diplomáticos para alcançar uma trégua. Já são 55 os palestinos mortos desde quarta-feira (14), início da operação "Pilar Defensivo", enquanto três israelenses perderam a vida por foguetes lançados a partir da Faixa de Gaza.

Vários hotéis em Israel, junto com a empresa El Al, tiveram cancelamentos e acreditam que o número vai aumentar se a violência entrar na segunda semana.

"Houve cancelamentos mínimos atualmente, mas é óbvio que essa é uma situação que se desenvolve", disse uma fonte no Ministério do Turismo, que ainda precisa oferecer estatísticas oficiais.

Israel lançou uma intensa campanha aérea contra a Faixa de Gaza na quarta-feira com a intenção declarada de deter os foguetes de militantes islâmicos contra seu enclave costeiro. Desde o início da conflagração, centenas de mísseis foram lançados contra Israel, e vários em direção ao eixo comercial de Tel Aviv, que anteriormente ficara fora do alcance dos militantes de Gaza.

Sirenes de ataque aéreo soaram em Jerusalém na sexta-feira pela primeira vez em décadas antes que um foguete caísse nas redondezas, na ocupada Cisjordânia.

Três israelenses morreram quando seu prédio foi atingido em uma pequena cidade no sul de Israel na quinta-feira, mas nenhum dos tiros de alcance mais longo atingiu áreas povoadas ou provocou feridos. No entanto, só a ameaça já tem um preço.

Uma porta-voz do Fattal, a maior rede de hotéis de Israel, disse que algumas reservas já haviam sido canceladas. "Vemos o início de uma tendência, mas apenas em alguns dias seremos capazes de ver em que direção caminha a tendência geral", disse ela, recusando-se a dar números.

Da mesma fora, o hotel American Colony de Jerusalém divulgou que alguns hóspedes tinham cancelado as visitas no último minuto.

Ficar em casa
Uma porta-voz da El Al disse que houve alguns cancelamentos "aqui e ali", embora nada muito significativo, enquanto a Delta e a US Airways disseram que algumas famílias de israelenses convocados pelo exército tinham decidido ficar em casa.

A diminuição não se limita a Israel. A cidade palestina de Belém, na Cisjordânia, onde a Igreja da Natividade atrai peregrinos cristãos do mundo inteiro, perdeu quase metade de suas reservas devido à violência em Gaza.

"Acho que a porcentagem dos cancelamentos atingiu 40 a 50 por cento até o fim de novembro e para o mês seguinte", disse Elias al Arja, chefe da Associação Árabe de hotéis na cidade.

Quatro cruzeiros transportando 6.000 turistas preferiram não aportar em Israel devido à situação de segurança, divulgou a Rádio Israel no domingo.

O tráfego aéreo também foi atingido. Planos de voo para aviões que vinham e partiam do Aeroporto Internacional Ben-Gurion, em Tel Aviv, foram mudados para o norte e leste para liberar o espaço aéreo para a força aérea de Israel operar em Gaza, disse uma autoridade na indústria da aviação.

Antes do início da campanha em Gaza, Israel vinha desfrutando de um ano recorde de turistas, com 2,6 milhões de visitantes entrando no país nos primeiros nove meses do ano - sete por cento a mais do que o mesmo período no ano passado.