Nesta quinta-feira, 15, quando vamos celebrar os 123 anos da República, temos muito pouco de republicano. Diz o senador Cristovão Buarque que trocamos os títulos monárquicos de “ conde e barão” pelo republicano “doutor e excelência”.

Mas não é só isso. As cores verde e amarela da nossa Bandeira não representam as nossas riquezas e as nossas matas, como nos ensinam; elas representam a união dos” Bourbons” com a “Casa de Áustria”, que gerou a princesa Leopoldina.

Digamos que o ranço monarquista foi mantido na República, o que não se pode estranhar muito porque quem proclamou a República foram os monarquistas. Isto, apesar dos movimentos positivistas alardeando o slogan de Augusto Comte – que, aliás, colocaram lá na nossa Bandeira: Ordem e Progresso. Só faltou a palavra Amor, que formava o “trinômio positivista”.

E se assim caminhamos nós nesses 123 anos, é de se pensar que chegamos finalmente a um divisor de datas. Há agora o Brasil de antes e de depois do ministro Joaquim Brarbosa, que vai presidir o Supremo Tribunal Federal e já está nas redes sociais como candidato a presidente da República.

A postura do ministro Joaquim Barbosa e a peculiaridade das leis brasileiras, que permitem a transmissão da sessão da Corte Suprema ao vivo, possibilitaram à sociedade conhecer parte dos meandros da República.

Pode haver igual, mas não há outro país com mais liberdade que o Brasil. Nesse particular, o ranço monarquista trabalhou a favor e não podemos esquecer que reinava a liberdade quando Pedro II foi apeado do poder.

E assim, o primeiro ministro negro no Supremo Tribunal Federal está fazendo a diferença. Mais precisamente, o ministro Joaquim Barbosa dividiu a República em duas fases: uma fase antes dele, quando o presidente da República, Floriano Peixoto, ameaçou prender os ministros do Supremo caso concedessem o habeas-corpus para um inimigo político que mandou prender.

E depois dele, Joaquim Barbosa, que está levando o Supremo Tribunal Federal para onde o povo está.
 

PS - Agradeço ao internauta jvsfilho@...pela correção: ranço é com cedilha.