O que a eleição este ano deixou como lição? Em nível nacional, a lição que ficou é que o Lula está muito acima do PT e que o José Serra morreu politicamente.
Aliás, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso comentou o resultado da eleição para a Prefeitura de São Paulo assim: “O PSDB precisa se renovar” (sic).
Mais direto, impossível. Não dá mais para carregar o Serra – que se transformou numa mala sem alça.
O Lula é maior que o PT porque impôs a candidatura do Fernando Haddad e fez a aliança com o Paulo Maluf desafiando a Lei da Gravidade Política. E o próprio PT.
Ganhou.
Mas, não ganhou em Recife, Manaus e Salvador. Em Recife, brilha lá uma estrela chamada Eduardo Campos; em Manaus, o ex-senador Arthur Virgílio, que o Lula fez questão de derrotar em 2010, se elegeu prefeito com mais de 60% dos votos, e em Salvador o “carlismo” mostrou que não foi sepultado com o ACM.
Na lição que o resultado da eleição este ano deixa em nível nacional já dá para projetar que, se o Serra insistir em disputar a presidência da República, o PSDB racha porque o senador Aécio Neves é o candidato.
Aécio e o governador Eduardo Campos tem um acordo tácito para uma política “leite com melaço” em 2014, juntando Minas Gerais a Pernambuco.
E em nível local, o que a eleição de Rui Palmeira para a Prefeitura de Maceió deixa como lição para 2014.
A vitória de Rui mostrou que esse negócio de “chapão” não dá certo, principalmente porque no imaginário popular o termo “chapão” tem conotação pejorativa. Trata-se da “formação de bando” com interesse de chegar ao poder, simplesmente, sem compromisso algum com a sociedade.
A vitória de Rui mostrou também que existe um equilíbrio entre as forças políticas do Estado, mas esse equilíbrio se dá pelo fim da dobradinha Renan Calheiros-Téo Vilela. Não podemos esquecer de que, quando disputaram a eleição para o Senado, os dois foram os senadores mais bem votados no pais em termos proporcionais.
Renan o mais votado e em segundo lugar o Téo.
Ao se dividirem, eles provocaram esse equilíbrio que se reproduz na vitória de cada um nos dois principais colégios eleitorais; Téo venceu em Maceió e Renan em Arapiraca.
Na terceira margem do rio, para repetir Guimarães Rosas, tem os senadores Fernando Collor e Benedito de Lira.
Collor necessitando renovar o mandato e Benedito necessitando se manter em evidência, para chegar em 2018 com fôlego.
E, ainda, as incógnitas: o ex-governador Ronaldo Lessa e o prefeito Cícero Almeida. Ambos não dependem apenas deles para chegarem inteiros em 2014. Só uma coisa é certa: nem Lessa, nem Almeida, serão candidatos majoritários em 2014.