Infelizmente é assim. A teoria é uma, a prática outra. O desespero de não saber perder, ou de não querer assumir a iminente e pujante derrota. O apego desmesurado à vaidade de estar em um lugar que poderia até ser merecido se fosse conquistado com glória e esforço, nunca através de manipulações e servindo-se de fantoche.

A ideia de que algum cargo traga força e poder, ou ainda, notoriedade aos desconhecidos. Os comprometimentos espúrios e acordos feitos e desfeitos na calada da noite ou em escritórios de luxo, onde interesses nada coletivos se sobrepõem a algo que deveria ser virtuoso.

Pois bem. As assertivas lançadas têm um endereço certo. As eleições da OAB/AL. Tirando o fato positivo de termos cinco candidaturas que precisam representar os anseios da advocacia alagoana, algo muito forte me faz afirmar e assestar aos colegas que está será a minha última eleição. E por ser a última, ao menos para mim, será especial, embora alguns colegas ainda continuem espiritualmente manchados por práticas nada cordatas, éticas e honestas.

Aquilo que se prega no discurso, por trás dos panos, na cortina dos abutres, a coisa é bem feia. Lamentável, mesmo. Emails que circulam e mancham a história de alguns candidatos, pessoas sendo procuradas para servirem como “laranja” e fazer serviços espúrios, nojentos e sujos (ainda há quem se sujeite a isso, infelizmente) por alguns adversários que pregam lealdade na disputa sob os holofotes e nas sombras e na sorrateira forma de fazer “política” usam de tudo para vencer. Vencer? Bem, não vejo isso como vitória. (A inveja nestes tempos é colérica, despudorada e sem limites)

As propostas deveriam ser o eixo central de tudo, mas infelizmente “pão e circo” é novamente o que se enxerga na política da séria e vanguardista Ordem dos Advogados do Brasil – Alagoas. Não irei comentar sequer os gastos de campanha. Os nossos estarão todos disponibilizados no Portal da Transparência no sítio www.prerrogativaeaordem.com.br para análise e julgamento de nossos pares. 

Mas a razão de esta ser a minha última eleição reside sob o seguinte aspecto. Quero aqui dizer que nada adianta trabalhar durante anos em prol da categoria como venho fazendo. Ter sido um dos conselheiros seccionais mais atuantes quando servi à presidência do professor Marcos Bernardes de Mello, nunca faltando a uma sessão ou deixando de cumprir as missões em prol da classe. Relatei mais de 700 processos à época. Depois disso, eleito conselheiro federal suplente, apresentei projetos de criação do Piso Nacional do Advogado Empregado, Projeto Viva Advogado, Projeto Sentinela das Prerrogativas e o projeto pioneiro que criou e instaurou no Brasil a Semana de Formação do Jovem Advogado, sou membro da comissão nacional de defesa das prerrogativas e valorização da advocacia com representação junto ao CNJ de quase uma centena de autoridades, sou membro da banca recursal do exame da OAB (e agora seu coordenador nacional)

Mas... Não, nada disso importa.

Na vida profissional, representar a minha categoria com zelo, qualificar-me através de mestrado e doutorados (nacional e internacional) através de concursos públicos a que me submeti sem nunca me afastar das minhas obrigações profissionais ou de classe.

Não, nada disso importa.

Produzir ciência, escrever livros e se colocar à disposição do mercado doutrinário, realçando Alagoas como celeiro de produção científica e de conhecimento.

Não, nada disso importa.

Estar em sala de aula de forma constante e permanente, nunca deixando de atender a um convite do alunado para palestrar gratuitamente, colaborando de forma direta ou indireta na formação de jovens advogados.

Não, nada disso importa.

O que importa mesmo é o vitupério, o oportunismo barato daqueles que algum dia estiveram ao seu lado e hoje por conveniência encontram-se de outro e se utilizam de um desentendimento com um cliente (único da carreira) há mais de 15 anos para fazer disso mancha indelével e podre na sua vida profissional. (registre-se, desentendimento sobre pagamento de honoráriosque fora integralmente sanado e resolvido).Para desonrar, para humilhar e para machucar.

O que importa é taxá-lo de truculento, destemperado, mesmo nunca tendo sido representado por nenhuma autoridade no exercício profissional, e na verdade por ter a marca da coragem e da ousadia já ter sido usada a enfrentar tais autoridades que desrespeitavam flagrantemente a advocacia.

Pois é, por nada disso importar, estarei me despedindo da vida política da OAB neste pleito. Ganhando, o que acredito que irá acontecer em razão das recentes pesquisas internas de todos os candidatos, inclusive a nossa, iremos ser incansáveis na defesa das prerrogativas da advocacia alagoana.Serei o melhor presidente que a OAB/AL teve nos últimos anos, com energia, alegria, ousadia, criatividade, esforço e dedicação. A promessa única é de não decepcionar e como sempre cumpro aquilo que me apalavro, assim será se os amigos advogados confiarem.

SE, todavia, por infortúnio nos sobrevier a derrota, guardaremos na lembrança os bons momentos de muito trabalho, de incansáveis viagens madrugada adentro, tudo voluntariamente, para que cada conquista representasse a melhoria da categoria, e apagarei da memória que um dia, ou pelo menos, a cada três anos, “amigos” se esquecem de tudo isso e partem para agressões gratuitas, infantis, desmesuradas, infundadas, pelo puro e simples prazer de “só” ganhar uma eleição. 

Se isso realmente acontecer, nada mais vai importar. Nada. Continuarei sendo o mesmo lutador, aguerrido, advogado, professor, maratonista, escritor, pai, marido, amigo dos verdadeiros amigos, sincero e feliz, sempre! (Desculpem pelo texto longo)