Ao se calcular as taxas de desemprego e de informalidade em Maceió e em outras capitais nordestinas de mesmo porte socioeconômico (Aracaju, João Pessoa, Natal, São Luís e Teresina), que chamarei nesta postagem de capitais regionais do Nordeste, constata-se que as taxas de desemprego caíram substancialmente em todas essas capitais regionais nordestinas, segundo os Censos 2000 e 2010.


Em 2000, a média das taxas de desemprego dessas seis capitais era 19,4%, passando para 10,9%, em 2010. Há também uma baixa variabilidade na distribuição dessas taxas entre essas capitais, que ficou ainda mais baixa no ano 2010. Tal variabilidade entre essas taxas pode ser denotada pelo cálculo do desvio padrão, que se reduziu de 2,6%, em 2000, para 1,1%, em 2010, mostrando que a similaridade entre as taxas de desemprego das capitais regionais nordestinas se acentuou ao longo do período 2000-2010.


Apesar de as taxas de desemprego entre essas capitais serem bastante próximas e de tal proximidade ter se acentuado no período recente, vale destacar que, tanto em 2000 quanto em 2010, Maceió apresentou a mais alta taxa de desemprego, apesar de ter se aproximado da média das capitais regionais nordestinas. Em 2000, a taxa de desemprego em Maceió era 23,4% – 4 pontos percentuais acima da média das capitais regionais do Nordeste -, passando para 12,3% - 1,4 ponto percentual acima da média dessas capitais -, em 2010.


Além da taxa de desemprego, que apesar de se mostrar cadente no período recente, continua sendo um problema, o outro grande problema do mercado de trabalho maceioense é a taxa de informalidade. Considerando-se os tipos de ocupação explicitados no Censo do IBGE, os trabalhadores informais são aqueles sem carteira assinada e os que trabalham por conta própria.


Assim como a taxa de desemprego, a taxa de informalidade também caiu substancialmente em todas as capitais regionais do Nordeste, passando de uma média de 36,9%, em 2000, para 24,7%, em 2010. Todavia, há uma alta variabilidade na distribuição das taxas de informalidade entre essas capitais, apesar de essa variabilidade ter se reduzido levemente entre 2000 e 2010. De fato, considerando-se todas as taxas de informalidade das capitais regionais nordestinas, o desvio padrão era 12,9%, em 2000, diminuindo para 10,6%, em 2010.


De forma semelhante à taxa de desemprego, Maceió também detém a mais alta taxa de informalidade dentre as capitais regionais nordestinas, tanto em 2000 quanto em 2010. Com um agravante, apesar de a taxa de informalidade da capital alagoana ter sido cadente, tal taxa se distanciou da média das capitais regionais nordestinas ao longo do interregno 2000-2010. Em 2000, a taxa de informalidade em Maceió era 48,4% – 11,3 pontos percentuais acima da média das capitais regionais do Nordeste -, passando para 40,6% - 15,9 pontos percentuais acima da média dessas capitais -, em 2010.

Em outras palavras, houve uma piora relativa no mercado de trabalho informal da capital alagoana em relação às demais capitais regionais, que pode ter advindo do relativo baixo crescimento de empregos formais e/ou dos menores incentivos à formalização por parte dos poderes públicos atuantes em Maceió. O fato é que essa menor diminuição relativa da população ocupada que atua sem carteira assinada e por conta própria indica uma maior precarização das condições de emprego na capital alagoana, pois tais pessoas possuem proteção social inferior em relação àquelas ocupadas no setor formal.


Diante dessa altíssima taxa relativa de informalidade em Maceió, surge, pois, a necessidade de se conhecer quais as iniciativas públicas ou de ordem civil organizada que têm contribuído ou têm amenizado esse fenômeno. Por exemplo, a ausência de política pública de desenvolvimento local por parte do poder público municipal pode ter contribuído para o fenômeno da alta informalidade na capital alagoana. Por outro lado, é preciso reconhecer também que a elevada taxa de informalidade em Maceió tem agido como instrumento de nivelamento da taxa de desemprego entre as capitais regionais nordestinas.