Ultimamente tenho vivido atribulado e com mais tarefas que um hiperativo como eu pode dar conta. Mas confesso que isso me anima. O fato de estar em atividade quase vinte horas por dia é o sonho de consumo de todo voraz por ação. Assim sou eu.

Por isso desde já, peço, mais uma vez, humildemente, o perdão pela falta ao leitor, que nos acompanha nestes dois anos de blogue, na última semana sem as devidas postagens. Domingo de eleição voltaremos , inclusive, com o causo minuto, retratando, com muito bom humor, a vida do eleitor e do candidato, uma relação de amor e ódio que se desfaz na urna, ou no mictório (kkk, aguardem!).

Pois bem. O que me toma de assalto (calma, foi só força do hábito para não perdermos de vista que ainda vivemos números assustadores quando o foco é a violência urbana) é a hipocrisia de algumas pessoas em tempos de eleição quando o tema é a amizade.

Para mim, e acredito que para muitos, a amizade vale mais do que qualquer prêmio da mega-sena. Já dizia meu amado pai que é melhor ter amigo do que dinheiro no bolso. Concordo, se o amigo for realmente um amigo que se possa contar a qualquer hora e que tenha por você amor fraterno.

Já alguns confundem amigo com colegas, o que é muito diferente.

Nestas eleições municipais, não seria e não foi diferente. Pudemos ver e ouvir juras de amor de "amigos de infância" que hoje são inimigos declarados para amanhã se unirem de novo e fazer as pazes quando a "amizade" entre eles interessar mais.

De outro lado, vivendo o clima pré-eleitoral da OAB/AL pude perceber que aqueles que também antes desfrutavam da sua convivência e enalteciam suas qualidades, hoje, por interesses que não me convêm explorar ou mesmo citar, acabam por esquecer, momentaneamente, o valor da amizade.

Agridem indiretamente esperando com isso ganhar espaço. Fazem chacotas, piadas, ironias, deboches esperando atingir o amigo que algum dia já fora seu confidente e parceiro de muitas agruras, vitórias e problemas. Aí depois jogam o discurso falso para a plateia de que as eleições passam, mas a amizade permanece. Qual amizade?

Não entendo muito bem esta lógica, porque para mim a amizade, seja na política ou fora dela é o valor central, e talvez aqueles que te chamem de amigos, sejam somente colegas, e a estes o dever de urbanidade e civilidade bastará.

Pois na relação de amor fraterno não há e não pode haver nunca espaço para a agressão teleologicamente direcionada.

Prefiro, pois cultivar meus amigos com alegria, beijos fraternos e abraços sinceros, seja dentro ou fora de um pleito eleitoral, aos demais serve um aperto de mão urbano e um cumprimento respeitoso de "Bom dia, boa tarde ou boa noite" pois a amizade, é bem inestimável, inabalável e irretorquível.

Assim pensa este tortuoso e incorrigível sonhador que coleciona amigos e os guarda, com ou sem votos, dentro do coração!