Na matéria do jornal “O Estado de S. Paulo” sobre a eleição em Maceió o jornalista foi muito feliz quando concluiu: nem a rejeição do governador Téo Vilela tirou votos do candidato dele, Rui Palmeira, nem a “popularidade” do prefeito Cícero Almeida transferiu votos para o candidato dele, Ronaldo Lessa.

E o que se passa?

Os “caciques” devem estar matutando entre eles: se a rejeição do governador não pesou e se a “popularidade” do prefeito não serviu pra nada, então em 2014 a disputa estará muito mais centrada na postura do que na conversa.

Lessa começou a campanha batendo forte no governador, mas de forma destemperada. O discurso sobre carência na saúde, na educação e na segurança pública só repercute para quem jamais se sentou na cadeira de governador. Ou seja: quem já foi governador não pode falar, porque os problemas de Alagoas têm origem muito lá atrás.

Imaginem que na melhor das hipóteses, Lessa chegará ao segundo turno da eleição – mas, na condição de segundo colocado, o que não estava nos planos da oposição. A oposição até admitia o segundo turno, mas com Lessa chegando em primeiro lugar.

E não será assim, o que já se constitui uma derrota.

Para reflexão: se a rejeição do governador não pesou e se a “popularidade” do prefeito não influi nem contribui, então em 2014 a estratégia deve ser mudada e quem almeja voo mais alto deve desde já ir se preparando para convencer um eleitorado muito mais esperto.

O novo eleitor da era biométrica está demonstrando ter uma sensibilidade tão aguçada quanto à memória cibernética. E olhe que as capitais são tradicionalmente redutos da oposição.