A oposição não sabe o que aconteceu – ou está acontecendo – e o PSDB não imaginava que poderia reverter a posição do candidato Rui Palmeira – que até o início da campanha era o segundo colocado na disputa pela Prefeitura de Maceió.
No decorrer da campanha, Rui Palmeira passou para o primeiro lugar nas pesquisas e colocou uma margem de diferença para Ronaldo Lessa que o tucano mais otimista não imaginava.
Faltando 12 dias para a eleição, muita coisa ainda pode acontecer na disputa pela Prefeitura de Maceió – mas, não basta a oposição diminuir a distância nem fazer Lessa ultrapassar Rui porque tem ainda a questão da rejeição, que é menor para Rui e muito alta para Lessa.
Nessa briga dos números, o eleitor está representado nas projeções das pesquisas que apontam para a possibilidade de sequer haver o segundo turno – o que seria um desastre para a oposição em Maceió.
O que o internauta acha que aconteceu?
Mesmo faltando-me engenho e arte ouso analisar o quadro sucessório em Maceió olhando pelo retrovisor. E vejo lá atrás a oposição construindo uma Arca de Noé, sem calafetagem suficiente para sobreviver ao dilúvio que se anuncia pelos resultados das pesquisas.
Vejo o eleitor sem entender o prefeito – que em 2010 ovacionou o governador Téo Vilela e até se inspirou para compor a música de campanha à reeleição.
É Téo, é Téo, é Téo.
E na eleição este ano foi assim: não é mais Téo, não é mais Téo, não é mais Téo; agora é Lessa, é Lessa, é Lessa.
Por mais demente que seja o eleitor, ele ficará sem entender nada ou – pior – entendendo demais e qualificando o prefeito Cícero Almeida como um objeto que se usa e depois se descarta, porque não dá para conviver com ele.
Será que é isso mesmo? Finalmente, qual é a do prefeito?
Mas essa situação que a própria oposição protagonizou e que a levou a tropeçar nos próprios pés não retira o mérito do candidato Rui Palmeira.
É verdade que Lessa repetiu erros primários, quando deu à campanha para prefeito a conotação de terceiro turno para a eleição de governador. Lessa atacou Téo Vilela, pôs-lhe apelidos e o xingou, mas Téo não é candidato. E a tentativa de identificar Rui com o Téo também não deu certo.
Aliás, essa tentativa da oposição deu a Rui Palmeira a oportunidade de revelar outra faceta que faz a diferença. Rui foi irônico com sutileza.
Quando disse que, às vezes, pensava que o prefeito Cícero Almeida era candidato à reeleição e que o ex-presidente Lula era candidato a prefeito de Maceió, Rui Palmeira mandou o eleitor indeciso pensar que a oposição não tem proposta.
Tem planos de poder e isto é ruim, muito ruim, na cabeça do eleitor.