Faltando menos de um mês para a eleição, tudo pode acontecer na disputa pela Prefeitura de Maceió. Se a tendência se mantiver vai acontecer o que já está acontecendo: o candidato Rui Palmeira se elege prefeito no primeiro turno.
Senão, o máximo que pode acontecer é o segundo turno.
Mas, numa prova cabal de que a política é uma ciência o pleito em Maceió este ano deixa várias indagações. Por exemplo: o prefeito Cícero Almeida é o Ronaldo Lessa amanhã? O Ronaldo Lessa não tem mais chance de disputar o Executivo, igual ao Cícero Almeida amanhã?
Projetemos o seguinte: a partir do dia 1º de janeiro de 2013, Cícero Almeida volta à planície e na condição de cidadão comum vai ter de carregar nas costas dois pesados processos abertos pelos dois Ministérios Públicos – o Estadual e o Federal.
Um dos processos, o que se refere ao contrato para coleta do lixo, fede até digitado. Almeida autorizou o pagamento antecipado da compra da merenda escolar do município e isto não pode; o agente público não pode pagar antes de receber a mercadoria ou o serviço contratado de terceiros.
Agir diferente é crime previsto até no Código Penal, salvo erro desse candidato a rábula. E Almeida se atolou até o pescoço, tal qual o Lessa se atolou quando abriu a frente de inimigos que nem lhe esquecem, nem lhe perdoam.
Quem conhece o Lessa sabe que ele não é nada dessa imagem que irradiou; sabe que é um cara solidário e educado, mas que se transforma de uma maneira que atrai para si perdas e danos.
Vamos, pois, aos outros exemplos da política como ciência, e aplicados – e evidentes – na eleição este ano em Maceió:
Da Sociologia: existe uma brecha na política alagoana que ninguém preencheu ainda. Lessa, Kátia Born e Almeida tiveram a chance e perderam de vista o cavalo selado.
Da Filosofia: nem só de concreto e salário em dia vive o povo. Pagar em dia é obrigação do governante, que deve saber também que ninguém come tijolo e cimento.
Da Economia: com a candidatura “sub judice” é difícil de o candidato arranjar financiador para a campanha.
Da Psicologia: o eleitor não gosta do termo “chapão”, porque o efeito no inconsciente popular leva à conotação de bando.
Da Comunicação: quem passa serenidade passa compromisso. Quem é sucinto e passa serenidade demonstra franqueza, ao contrário do prolixo e destemperado, que passa arrogância e despreparo.
Um parêntesis: qualquer semelhança com personagens políticos da vida real de Alagoas não é mera coincidência.
E sendo assim, faltando menos de um mês para a eleição, a disputa pela Prefeitura de Maceió mostra primeiro que o eleitor continua órfão de um líder.
Os líderes que o eleitor pensava que eram lideres, na verdade, eram brinquedos de Papel Marché.