O que aconteceria se o ar entrasse em greve? E qual a diferença entre a impossível greve do ar e as possíveis e repetidas greves de policiais e médicos?

A única diferença é que, na greve do ar, todos nós morreríamos e nas greves de policiais e médicos apenas alguns morrem à míngua.

Policial e médico não podem fazer greve sob hipótese alguma, porque eles existem para proteger e salvar vidas.

Depois dos abusos – e das mortes que policiais e médicos em greve proporcionaram – finalmente apareceu no Senado um projeto, de autoria do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), regulamentando o Direito de Greve no Brasil.

Em tempo: o Direito de Greve está na Constituição desde 1988, mas não foi regulamentado porque a casta de servidores públicos “sangue azul” faz pressão no Congresso Nacional para manter a desordem.

O projeto do senador Aloysio Nunes parte do princípio (legítimo, real e inquestionável) de que na greve do trabalhador da empresa privada quem paga o prejuízo é o patrão; na greve do funcionalismo público quem paga o prejuízo é o povo.

Pelo projeto, o policial militar não pode fazer greve de jeito nenhum – e está corretíssimo; e o policial federal e civil só pode fazer greve se mantiver 80% dos serviços.

Para mim, a lei deveria ser para todos; greve de policial, qualquer que seja ele, não é greve e sim motim. Veja o que aconteceu com a greve dos policiais rodoviários, com a afronta da apologia ao crime ao liberarem as fronteiras para entrada de armas e drogas. 

Se a sociedade e a Justiça continuarem omissas, o passo seguinte será os policiais exigindo os reajustes salariais com uma pistola apontada para a cabeça do juiz. E aí, será tarde demais para se salvar os dedos e os anéis.

Que acham?