O primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, pediu hoje (22) “mais tempo para implementar” o plano de contenção no país, exigido pela União Europeia (UE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O plano determina cortes de gastos e reformas administrativas. A população grega reage ao plano, alegando que provocará desemprego e aumento de impostos, promovendo manifestações em várias cidades gregas.
O plano de contenção, que prevê o corte de mais de 11 bilhões de euros, é uma exigência para que o governo da Grécia receba ajuda financeira externa. O pedido de Samaras ocorre às vésperas de uma série de reuniões dele com líderes europeus.
Samaras se reúne hoje, em Atenas, na Grécia, com o líder dos ministros das Finanças da zona do euro, Jean-Claude Juncker. Na sexta-feira (22), ele vai para Berlim, na Alemanha, para uma reunião com a chanceler alemã, Angela Merkel. Nesta semana, líderes europeus reconheceram que a possibilidade de a Grécia deixar a zona do euro ainda está sendo considerada.
Para Yannis Varoufakis, professor de economia da Universidade de Atenas, o governo grego não “precisa de mais tempo”. Segundo ele, é necessário enfrentar a crise de forma rápida e imediata. Para o presidente da Câmara de Comércio de Atenas, Constantino Michalos, o pedido do primeiro-ministro é mais político do que econômico, pois o governo precisa de tempo para implementar uma série de decisões internas.
No entanto, os líderes da zona do euro (que reúne os 17 países da região) resistem às tentativas da Grécia em negociar mais tempo para pôr em prática o plano de contenção. O país está endividado e recebeu dois repasses da UE e do FMI, nos valores de 130 bilhões de euros, em março deste ano, e de 100 bilhões de euros, em maio de 2010, que serão usados para o pagamento de sua dívida pública grande, permitindo que permaneça na zona do euro.