Pode estar chegando ao fim o impasse envolvendo as empresas de transporte público de Maceió e os rodoviários. Durante uma audiência, na manhã desta quarta-feira (22), na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), um reajuste de 5% nos vencimento dos funcionários foi oferecido pelos empresários, no entanto, esse valor não foi bem recebido pela categoria que deverá se reunir em assembleia para deliberar sobre o retorno ao trabalho normalmente.

Este é o reajuste imediato que poderia ser concedido, de acordo com o advogado Fernando Paiva, que representou os empresários, principalmente enquanto acontece o julgamento do dissídio coletivo da categoria, que acontecerá no próximo dia 30 de agosto.

"A proposta que temos de momento é essa, desde que a paralisação acabe. Além disso, vamos esperar o julgamento, para que defina se a greve é considerada legal ou ilegal. Se for comprovada a irregularidade do movimento, podemos descontar os dias não trabalhados, dois da outra paralisação e agora esses três", afirmou o advogado, causando a revolta da categoria.

Outro ponto abordado na reunião foi o retorno imediato dos grevistas, mas sem que haja as viagens com catraca livres, voltando os serviços à normalidade. Grande parte dos rodoviários, no entanto, relutam com a proposta. Eles afirmam que há quatro meses a negociação é feita e o reajuste almejado pela categoria é de 15%.

O procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Rafael Gazzaneeo, deu ênfase a desobediência da categoria e pediu o retorno imediato dos rodoviários. "Está claro que a categoria desrespeitou uma decisão judicial, uma vez que não concorda, mas não contestouy judicialmente. Caso seja confirmada a ilegalidade do movimento, a multa será mantida de R$ 50 mil dia e sob as penas da desobediência judicial", afirmou.

Outra que reforçou a radicalidade do movimento foi a representante do Ministério Público Estadual (MPE) e promotora da Fazenda Municipal, que participou ativamente da elaboração do edital dos transportes urbanos, outro problema da área.

"Para sair de casa hoje tive que fazer uma verdadeira operação de guerra, porque meus funcionários não chegaram no horário, e só chegaram porque utilizaram do transporte alternativo. Ou seja, além de prejuízos, a greve fomenta o transporte clandestino", disse.

Colocadas as argumentações, a reunião foi encerrada com uma proposta que irritou a categoria. Mesmo levada para uma assembleia que deve acontecer na tarde desta quarta-feira, a possibilidade de aceitação da proposta é mínima, diante da revolta dos rodoviários.

Participaram da reunião o presidente do TRT em Alagoas, Severino Rodrigues, a promotora de justiça Fernanda Moreira, o procurador do Ministério Público do Trabalho, Rafael Gazaneo, além do presidente do sindicato dos rodoviários, Écio Angelo e o advogado da entidade.

A categoria decidiu realizar a assembleia na garagem da empresa Piedade, no Tabuleiro e a decisão sobre o fim da greve deverá sair na tarde de hoje. Segundo Écio Ângelo, os rodoviários ainda estão inconformados com a proposta e se mantêm contra o que foi oferecido.

"Estamos tentando mostrar que caso não haja o retorno, estaremos descumprindo a determinação do TRT e o sindicato irá ter que pagar uma mutla diária de R$ 50 mil. Além disto, os rodoviários poderão ter salários cortados, devido os cinco dias de greve. A proposta será apresentada nesta reunião e então a categoria decidirá o que será feito a partir de agora", confirmou o sindicalista.