A direção da mina sul-africana de Marikana anunciou que não vai demitir os grevistas, cinco dias depois da matança policial que tirou a vida de 34 mineiros.
Um terço dos mineiros retomou o trabalho, segundo a direção de Lonmin, empresa encarregada da exploração da mina, que convidou os 25.000 empregados que não aderiram à greve - em um total de 28.000 - que voltassem à mina, indicando que a segurança de todos está garantida. Centenas de homens, no entanto, permanecem na entrada da mina dispostos a não retomar o trabalho.
Na segunda-feira, a direção da mina de platina fixou para as 07h00 locais desta terça-feira a expiração de um ultimato lançado aos 3.000 trabalhadores em greve desde 10 de agosto: ou se reintegravam ou podiam ser despedidos. No entanto, o secretário-geral da Presidência da África do Sul, Collins Chabane, pediu a Lonmin que suspendesse seu ultimato até que todas as vítimas do tiroteio da política fossem identificadas e sepultadas.
A Lonmin - terceira produtora mundial de platina - confirmou ter recebido a mensagem do governo e aceitado respeitar o período de luto dos mineiros, afirmando que nenhuma medida punitiva seria adotada. No entanto, a empresa não anunciou negociações sobre as reivindicações dos trabalhadores, que pedem que seu salário seja triplicado (de 400 euros atuais a 1.250 euros).
Dez pessoas morreram nos confrontos entre sindicalistas depois da greve que começou em 10 de agosto, levando a uma violenta intervenção da polícia na quinta-feira passada, que custou a vida de 34 mineiros. Um debate extraordinário foi realizado nesta terça na Assembleia Nacional da Cidade do Cabo sobre esta tragédia, a pior desde o fim do Apartheid em 1994.