Nada adiantou a prisão de rodoviários e a decisão de ilegalidade da greve por parte do desembargador do Tribunal Regional do Trabalho, Severino Rodrigues do Santos, os rodoviários decidiram manter a greve dos ônibus em Maceió.

Ontem oito rodoviários chegaram a ser presos, mas foram liberados com a obrigação de colocar pelo menos 80% da frota na Rua, mas apesar de se comprometer com estas metas, os líderes dos movimentos decidiram desrespeitar as ordens da Justiça, mesmo sabendo do risco da prisão.

Edvaldo Balbino, líder do movimento, que foi um dos presos ontem, fez um discurso forte nas primeiras horas de hoje na porta da empresa Piedade, e chegou a dizer que era para os rodoviários pegarem no pau para lutar contra os juízes.

“Temos que enfrentar o Bope, a Justiça e todo mundo, vamos para o pau, vamos lutar seja com quem for, pode vir juiz, pode vir quem for” disse ele no microfone.

Ao ser entrevistado pela imprensa, Edvaldo adotou um tom mais ameno e disse que não poderia fazer nada, pois a categoria havia decidido pela greve.

“Eu sei que vou preso de novo, mas não posso fazer nada, tinha uma reunião com o juiz na manhã de hoje, mas agora , estamos em greve e eles é que tem que nos procurar.

Ainda durante o seu pronunciamento, Edvaldo pediu apoio dos grevistas caso eles forem presos. “Temos que enfrentar, temos que reagir, o momento é este” disse ele ao microfone.

Sindicato tenta reaproximação

O sindicato dos rodoviários, que não tem o controle do movimento e acusou ontem as lideranças do movimento de estarem fazendo a greve em conluio com os donos das empresas de transporte tentou uma reaproximação com os grevistas.

“Estamos ao lado dos trabalhadores, existe muita politicagem neste movimento, mas fui eleito pela categoria e estou aqui para apoiar os trabalhadores” disse o presidente do sindicato, Écio Ângelo.

O presidente do sindicato disse ontem que a entidade não organiza o protesto e acusou os empresários das empresas de ônibus de terem organizado este protesto por conta do impedimento pela Justiça do aumento da tarifa de ônibus de R$ 2,10 para R$ 2,30.

"O sindicato está ao lado dos trabalhadores na luta. Esse protesto foi a empresa São Francisco que começou e pediu para que os funcionários fizessem", afirmou o presidente.

Para o cobrador da empresa São Francisco, Paulo Sérgio, a empresa São Francisco não está por trás do protesto. “A empresa não tem nada a ver, nós estamos aqui porque a situação está saturada. Nós estamos dois meses sem aumento, sem nada. Nós queremos que o Ministério Público nos chame e os donos das empresas para negociar”, disse.

Tensão e ofensas contras companheiros que tentavam trabalhar

Embora o movimento grevista tivesse um grande número de participantes, alguns trabalhadores chegaram a entrar no pátio da empresa Piedade para trabalhar, mas foram impedidos de saírem.

Os grevistas e líderes do movimento faziam ofensas pelo microfone e algumas palavras de baixo calão foram desferidas contra os funcionários.