A cena se repete. Pontos de ônibus lotados e muita reclamação da população que sofre com mais uma greve dos rodoviários em Maceió. Para quem pensava que a determinação judicial de que os coletivos deveriam voltar a circular seria cumprida teve uma nova surpresa nesta terça-feira (21) com 100% da frota parada nas garagens das empresas.
A cidade amanheceu um caos. Pelas ruas, nenhum coletivo e muitas indagações daqueles que dependem do transporte público para ir ao trabalho. O CadaMinuto percorreu vários bairros da capital e por onde passou, teve a constatação de que, apesar de entender as reivindicações dos rodoviários, o maceioense não concordou com a forma de protesto.
Por conta da paralisação, muita gente teve que desembolsar mais dinheiro para conseguir chegar ao destino final, como foi o caso do servidor público Jeferson Macedo. Ele esperava um coletivo numa parada no Tabuleiro do Martins. No entanto, ao saber da nova paralisação, mostrou-se indignado e questionou a autoridade da justiça.
“Ontem fui pego de surpresa e tive que pagar R$ 4,00 para ir ao trabalho. Pensei que hoje, com a decisão da justiça, tudo estaria normal. Quero saber onde está essa justiça, que prende e depois solta e não faz cumprir uma decisão. O que espero é que esse impasse seja logo resolvido porque somente a população é que acaba prejudicada”, desabafou.
E a greve pegou de surpresa Inácia Maria, residente no município de União dos Palmares, que veio à capital para ser submetida a uma prova no DETRAN. No entanto, ao chegar num ponto de ônibus, foi surpreendida com a notícia. “Tive que pedir autorização no trabalho para vir a Maceió e fazer o teste. Se perder a hora, não sei como farei para conseguir de novo essa dispensa”, disse, correndo para tentar pegar um transporte alternativo.
O lucro mesmo começa a ficar com quem trabalha com táxi lotação e transportes complementares. O preço da viagem pode variar. No Tabuleiro, a passagem chegava a custar R$ 4,00, assim como os táxis lotação. No entanto, os passageiros chegaram a denunciar ontem que foram surpreendidos com cobranças consideradas abusivas, de quase R$ 10,00 para seguir ao trabalho.