A Prova Brasil não será mais fonte de avaliação para o ensino médio no Brasil. Nesta terça-feira (21), o ministro da Educação, Aloízio Mercadante, anunciou que irá substituir a avaliação pelos resultados do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) a partir de 2013. Os alunos do ensino médio tiveram desempenho abaixo do esperado na Prova Brasil, enquanto os resultados do Enem são superiores.

Para justificar a mudança, o ministro explica que enquanto o Enem avaliou 1,5 milhão de estudantes do ensino médio, a Prova Brasil avaliou apenas 70 mil alunos. Por isso, os resultados seriam mais fiáveis.

— Aquilo que a Prova Brasil não capta, o Enem capta. O aluno faz a Prova Brasil como um teste. Já o Enem é feito como algo decisivo para a vida dele. Ele sabe que vai fazer a diferença e se esforça.

O desempenho dos estudantes do ensino médio foi abaixo do esperado no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), extraído pela Prova Brasil. Os principais problemas estão na reprovação, que chegam a 20% e 30% principalmente nas séries finais.

Os índices do Enem, no entanto, são melhores. Os dados, mostraram, por exemplo, que a média de compreensão de matemática cresceu de 480,2 pontos para 492,9 pontos de 2010 para 2011. Já o de português cresceu de 490,6 para 503,7.

Mercadante, no entanto, nega que esteja trocando o método de avaliação devido os resultados.

— É um questão de lógica. O Enem hoje tem uma amostragem quase censitária. Avalia melhor.

A expectativa é que a mudança ocorra a partir do próximo ano. No entanto, o MEC precisa adaptar os dados estatísticos colhidos com a Prova Brasil para não perder a série histórica dos índices colhidos.

Mudança curricular

Além de alterar a avaliação, o MEC pretende alterar o currículo das escolas de ensino médio para adaptar o ensino à grade curricular do Enem. Um dos problemas observados com o Ideb é que os alunos costumam abandonar a escolar no 6º e 1º ano do ensino, etapas em que ganham mais disciplinas e maior número de professores.

A proposta é organizar o currículo por áreas do conhecimento, que abrange matemática, língua portuguesa, redação, ciências da natureza e ciências humanas. O diagnóstico do MEC é que hoje o currículo é muito inchado.

Segundo Mercadante, a mudança já foi discutida com os secretários de educação. Hoje, 86% da rede pública de ensino médio é estadual. O MEC também pretende ampliar as escolas de ensino médio com ensino integral e criar um programa de intercâmbio para diretores conhecerem escolas com modelo de gestão.