Cinco máquinas e quatro frentes de trabalho da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, em construção no Rio Madeira, em Porto Velho, foram interditadas pela Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego de Rondônia. Na noite de terça-feira (14), um trabalhador caiu de uma estrutura de 50 metros. Na quinta-feira (16), auditores-fiscais do trabalho foram ao canteiro de obras e constataram algumas irregularidades, que podem provocar novos acidentes de trabalho, como os registrados nos últimos quatro meses, quando dois homens morreram.
De acordo com o auditor Bruno Borges Longo, em abril deste ano o mecânico ajustador Rosivaldo José dos Santos morreu após ter sido atingido por uma cantoneira. “O acidente aconteceu porque faltava delimitação da área de segurança onde ocorria o transporte vertical de materiais”, explica Bruno. Na terça-feira (14), o armador Derick de Almeida da Silva caiu de uma altura de 50 metros na área de montagem do Grupo Gerador II por falta de isolamento da área de circulação.
Na quinta-feira (16), uma equipe de auditores-fiscais foi até a obra e estendeu a fiscalização para outras áreas, além do local onde ocorreu o acidente na noite de terça-feira (14). O resultado foi a interdição de cinco máquinas por risco de prensagem de membros dos operários e de quatro frentes de trabalho que tiveram suas operações paralisadas por risco de quedas de cargas em trabalhadores.
Bruno Borges explica que as áreas onde há transporte vertical devem ser delimitadas para evitar que pessoas sejam atingidas com materiais que podem cair das máquinas, como ocorreu com um mecânico em abril.
O auditor-fiscal Juscelino Durgo destaca que é importante a análise detalhada e contínua para minimizar os riscos existentes em qualquer obra.
“Um acidente de trabalho geralmente ocorre por uma falha no processo de segurança em que uma série de fatores combinados podem culminar em lesões ou até mesmo em mortes”, afirma o auditor-fiscal .
O Consórcio Construtor Santo Antônio, responsável pela construção da usina hidrelétrica, foi procurado pelo G1, mas não se pronunciou a respeito.