A secretária-geral adjunta da Organização das Nações Unidas (ONU) para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, disse hoje (16) que a situação na Síria está “cada vez mais instável”. Há 17 meses, o país está imerso em uma crise gerada por contestações contra o governo e reprimida pelo presidente sírio, Bashar Al Assad. Segundo Amos, cerca de 2,5 milhões de sírios vivem em situação de carência.
“No fim de março, 1 milhão de pessoas tinham necessidade de ajuda, segundo as nossas estimativas”, disse Amos, mas os dados indicam que “agora são 2,5 milhões de pessoas”.
Na relação de 2,5 milhões de pessoas em situação de carência, a ONU inclui os refugiados, os que tiveram de deixar suas casas e os que perderam suas moradias. "Visitei diversas escolas aqui em Damasco que acolhem deslocados. Vários deles perderam suas casas”, disse Amos.
Para a secretária, as agências da ONU na Síria e os parceiros locais não podem resolver isoladamente a questão humanitária na Síria. Segundo ela, é fundamental dar mais acesso ao apoio prestado pelas organizações humanitárias.
"O governo está muito preocupado com um possível apoio das organizações não governamentais, que classifica como grupos rebeldes. O meu trabalho é tentar persuadi-lo de que não é esse o caso e que o nosso trabalho é ajudar os sírios comuns”, disse a representante das Nações Unidas, que hoje segue para o Líbano. "Devemos poder ter acesso a todas as pessoas, estejam elas onde estiverem”, insistiu.
Pelos dados mais recentes, além dos deslocados no interior da Síria pelo menos 157.600 pessoas fugiram do país para o Líbano, a Jordânia, Turquia e o Iraque. Há ainda falta de alimentos, eletricidade e medicamentos.