O Brasil superou as metas na educação propostas pelo Ministério da Educação (MEC) para serem alcançadas em 2011 nos dois ciclos do ensino fundamental, mas apenas igualou o objetivo projetado para o ensino médio, de acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgado na última terça-feira (14). Porém, Alagoas continua apresentando o pior índice do país e não conseguiu nem chegar perto da meta estabelecida.

Criado em 2007, o Ideb é um indicador geral da educação nas redes privada e pública. Ele leva em conta dois fatores que interferem diretamente na qualidade da educação: o rendimento escolar, se o aluno foi reprovado ou não e ainda se abandonou a sala de aula, além das médias de desempenho na Prova Brasil. Sendo assim, para que o Ideb de uma escola cresça é fundamental que o aluno aprenda, não repita o ano e frequente as aulas.

Para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal), Célia Capistrano, o resultado da pesquisa já era esperado. “Em quase seis anos de governo, nada mudou. Se não há uma valorização, estrutura, não tem como atingir a meta esperada. A maioria das escolas começou a ser reformada ao mesmo tempo, não houve um planejamento. Muitos alunos sequer iniciaram o ano letivo”, afirmou Célia, mostrando ainda que desde a época do então Programa de Demissão Voluntária (PDV) que há uma carência de profissionais da educação.

Ainda segundo a presidente da entidade, a cidade de Arapiraca é um exemplo a ser seguido quando se fala de Educação. “Arapiraca tem oito escolas em tempo integral e os índices mostraram que isso faz toda a diferença. É comprovado que deixar as crianças nas escolas o dia inteiro dá resultados mais que satisfatórios. O aluno participa de oficinas. Isso só com oito escolas imagine se fosse aplicado em todo estado”, mostrou.

Em entrevista coletiva concedida ontem (15), o secretário de Estado da Educação, Adriano Soares, que assumiu o cargo há quase um ano, disse que enfrenta problemas estruturais e educacionais. Porém, ele reafirmou que não tem medo de enfrentar as responsabilidades à frente da pasta, mas aponta que muitos terão de corresponder às expectativas, ou então, serão “punidos”.

“Eu não tenho medo dessa responsabilidade, digo e repito, senão, nem teria aceitado o convite do governador. Mas, tem muita gente que também tem responsabilidade nessa luta pela reestruturação da educação em Alagoas e quem não for eficiente, vai dançar”, disse.

O secretário ainda reforçou que os estudos que estão sendo feitos para mudança na estrutura das escolas, bem como a valorização dos servidores da educação, contemplando cargos, carreiras e subsídios, são parte do enfrentamento que está sendo feito para implantação do novo modelo de gestão.

“O nosso planejamento é ambicioso. Não se trata de fé ou esperança, mas temos certeza que a próxima avaliação do Ideb em 2014, terá um resultado bem diferente para o povo e a educação alagoana. Isso não é uma sina para Alagoas, a nossa vocação é evoluir, isso sim”, finalizou.

Arapiraca

Diferente do índice geral de Alagoas, Arapiraca apresentou uma grande ascensão. O município apresenta oito escolas em tempo integral e os alunos frequentam a escola em dois turnos. O levantamento revela que o índice subiu de 3.0 para 4.1 em 2011.

As unidades que apresentaram o resultado mais positivo foram as Escolas de Ensino Fundamental Carlos Alberto de Melo, no bairro Santa Edwiges, com 5.1, e Professora Maria das Neves, no bairro São Luiz, com índice de 5.9.