Diabetes gestacional é nome dado à alteração dos níveis de glicose encontrada durante a gravidez. A doença afeta 7% das gestantes, segundo dados do Ministério da Saúde, e pode levar a complicações tanto para a mãe, quanto para o bebê.

A insulina, hormônio produzido pelo pâncreas, tem a função de facilitar a entrada do açúcar nas células. Quando há a doença, os hormônios produzidos pela placenta bloqueiam essa ação, elevando a concentração de açúcar no sangue.

O diagnóstico da doença é feito pelo exame de glicemia, dosagem da glicose no sangue. Se for constatada alguma alteração, é feito um teste da tolerância oral à glicose. A mulher costuma fazê-lo durante o primeiro exame pré-natal. Normalmente, o exame é refeito entre a 24ª e a 28ª semana. O diabetes que surge com a gravidez começa a se manifestar mais frequentemente no meio da gestação.

Níveis bem mais altos
A maior diferença entre o diabetes normal e o gestacional é que o primeiro tem mais chances de atingir níveis de glicemia mais altos, a ponto de acarretar ganho de peso, aumento da sede e da frequência de urinar. A mulher que desenvolve diabetes gestacional não costuma apresentar sintomas específicos da doença.

Os maiores riscos do diabetes na gravidez são pré-eclâmpsia (pressão alta), más-formações fetais, parto prematuro, maior incidência de cesáreas e bebês com peso aumentado, uma vez que a insulina é fator de crescimento. "Se o bebê é muito grande, o parto normal pode trazer complicações. E o maior problema do tamanho aumentado é que ele provavelmente vai precisar de um cuidado neonatal especial", afirma Gustavo Kroger, obstetra da Hospital e Maternidade Santa Joana, de São Paulo.

A doença durante a gravidez também pode levar a complicações futuras, tanto para a mãe, quanto para o filho. Para ela, as chances de desenvolver diabetes novamente são maiores. "Ela já tem a tendência. Por isso, a gente recomenda que, depois de seis a oito semanas do parto, e esporadicamente a cada dois anos, ela repita os exames", diz o obstetra.

O filho pode ter problemas de peso, alterações metabólicas e doenças cardiovasculares na vida adulta. "Existe a tendência de filhos de diabéticas terem problemas no futuro", explica Gustavo.

O controle da doença durante a gestação costuma reduzir bastante esses riscos. Normalmente, é feito pela dieta com redução de carboidratos e maior ingestão de fibras. Em alguns casos mais sérios, utiliza-se a insulina. "Na gestação, muitas medicações não são indicadas. Por isso, o mais indicado é dieta, insulina e atividade física adequada", afirma Gustavo.

Fatores de risco
A ocorrência de diabetes gestacional depende da predisposição genética e do estilo de vida da mulher. Sedentarismo, tabagismo e sobrepeso são fatores de risco. "Mas é um conjunto de coisas que leva a isso. Há pessoas que apresentam todos esses fatores externos e não têm diabetes gestacional", comenta o médico.

Na gestação, a idade avançada da mulher também pode contribuir. Mulheres com pressão alta, alterações de tireoide, ou grávidas de múltiplos também têm mais chances de desenvolver a doença.

Devido a esses fatores de risco, é possível reduzir as chances de desenvolver diabetes gestacional. Se a mulher deseja engravidar e estiver acima do peso adequado, o ideal é que ela faça exercícios físicos e dieta.

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