Alagoas possui 268 áreas passíveis de contaminação cadastradas no Sistema de Informação da Saúde de Populações Expostas a Solo Contaminado (Sissolo). A maioria está em Maceió – 140 – e é relativa a postos de combustíveis. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (15), durante capacitação de Vigilância em Saúde Ambiental para técnicos municipais.
O evento, que aconteceu no Hotel San Marino, na Ponta Verde, tratou das Populações Expostas a Contaminantes Químicos e teve como público-alvo coordenadores das Vigilâncias em Saúde, Ambiental ou Sanitária dos municípios alagoanos. Realizada pela Secretaria de Saúde (Sesau), a atividade teve o objetivo de estimular a implantação de ações específicas na área.
Além disso, também foram abordados os sistemas de informação, tendo em vista a consolidação de instrumentos e fluxos de trabalho. A ideia é que os municípios aprimorem o controle de contaminantes do solo, do ar e agrotóxicos prioritários para o setor e adotem medidas de prevenção e atenção integral das comunidades, conforme preconizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Na ocasião, a diretora de Vigilância em Saúde Ambiental da Sesau, Elizabeth Rocha, destacou que a principal preocupação dos técnicos deve ser a população exposta aos produtos tóxicos. “As pessoas são o nosso foco e precisamos saber o que afeta a saúde delas. As situações que não afetam a população são de responsabilidade apenas dos órgãos ambientais”, expôs.
Segundo ela, é preciso que as equipes estejam preparadas para identificar fatores de risco e áreas passíveis de contaminações no passado, no presente e no futuro, além de atuar na promoção à saúde junto à sociedade. A gestora ressaltou ainda a necessidade de uma atuação intersetorial, com a participação de todas as entidades relacionadas com o tema.
Nesse sentido, a capacitação contou com a presença do Instituto do Meio Ambiente (IMA), que falou sobre seu ponto de vista diante da problemática e da contaminação em postos de revenda de combustíveis. A Agência de Inspeção Agropecuária (Adeal) também participou do evento com a mesa redonda Intoxicação por Agrotóxico, em conjunto com diversas diretorias da Sesau.
A programação contou ainda com discussões sobre a poluição atmosférica e seus efeitos sobre a saúde humana; análises a partir do Instrumento de Identificação de Municípios de Risco (IIMR) – Áreas de Atenção Ambiental Atmosférica; saúde do trabalhador e consequências da contaminação do solo. Além disso, foram realizados também cadastramentos no Sissolo.
Para o técnico Marcos André Silva, da Vigilância Sanitária de Pilar – uma das 53 cidades que estiveram presentes –, as atividades são importantes para melhorar os serviços prestados à população. “Eventos como esses são muito úteis para nós, pois, quanto mais informações tivermos, melhor. Não temos casos de contaminação, mas é sempre bom estar preparado”, disse.
Áreas contaminadas
De acordo com dados do Sissolo, Alagoas possui 268 áreas passíveis de contaminação. Junto com Maceió, os campeões de registros são Arapiraca, com 13; Marechal Deodoro, com 12; e Rio Largo, com 11. Além dos postos de revenda de combustíveis e serviços semelhantes, outro setor que mais apresenta risco é o industrial. Em todo o Brasil, são 8.213 áreas cadastradas.