O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, José Félix Fernández Estigarribia, descartou hoje (15) a possibilidade de ser realizado um plebiscito para que a população decida se o país deve continuar no Mercosul. O chanceler disse que a Constituição proíbe que decisões de caráter internacional sejam definidas por meio de referendo. A alternativa foi apresentada ontem (14) pelo presidente paraguaio, Federico Franco.
Segundo o ministro, a sugestão do presidente teve o sentido de consulta democrática. “[A sugestão se deve ao] sentido democrático do presidente", disse ele. De acordo com o chanceler, para o Paraguai deixar o Mercosul a decisão deve ser submetida à apreciação e votação no Congresso.
Empenhado em desfazer a impressão negativa causada pela destituição do poder do então presidente Fernando Lugo, em 22 de junho, o chanceler acrescentou que os líderes estrangeiros observam o Paraguai e “têm uma visão clara do que ocorre” no país. Para o ministro, no entanto, os latino-americanos “fazem juízo de valor errado” sobre a situação política paraguaia.
O Mercosul e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) aprovaram a suspensão temporária do Paraguai até abril de 2013. Para os líderes da região, o processo de impeachment de Lugo, que durou menos de 24 horas, não permitiu sua ampla defesa e feriu os preceitos básicos da democracia. O governo Franco nega irregularidades.
"Na Unasul reina a ideologia e não o sentido de integração", disse o chanceler, demonstrando inconformismo com a suspensão do Paraguai do grupo de 12 países da região e do Mercosul – formado pelo Brasil, a Argentina, o Uruguai e a Venezuela desde o último dia 31, além do próprio Paraguai.
*Com informações da agência pública de notícias do Paraguai, Ipparaguay.