Os vereadores por Maceió devem assinar uma nota de repúdio e cobrar procedimento investigatório contra os policiais (e o comando da ação) envolvidos na operação que invadiu - de forma errada! - a casa do sociólogo Carlos Martins.
Ele teve a residência invadida em uma ação policial. O problema é que toda a operação foi um equívoco e Martins é completamente inocente, como já foi mostrada por toda a imprensa, expondo a falha da segurança pública do Estado de Alagoas.
O assunto foi ressaltado pela vereadora Heloísa Helena (PSOL). De acordo com ela, não há como não afirmar que “a culpa é do comando da operação”. “Determinou-se que os policiais invadissem a casa do professor e sociólogo, que foi algemado e jogado contra a parede. Ele vivenciou uma situação inaceitável”, frisou.
Segundo a psolista, não é apenas porque aconteceu com Carlos Martins, pois erros como estes acontecem com várias pessoas e apenas não há a repercussão que houve agora. “Quem for bandido que receba o aparato da polícia, como político ladrão, empresário ladrão, rico ladrão. Afora, tem que ter o mínimo, que é o procedimento investigatório antes de determinar ações”.
Heloísa Helena ainda chamou a atenção para a possibilidade de racismo: “é um negro, jovem, que não mora na beira do mar. Se fosse um jovem branco, filho de rico e morasse na beira do mar? Será que isto aconteceria? Queremos que se abra um procedimento investigatório e que outras pessoas que foram vítimas - inclusive durante a Operação Clone - que denunciem. Tem que ter processo por danos morais, tem que ter a nota de repúdio que foi apresentada pelas vereadoras Fátima Santiago (PP) e Teresa Nelma (PSDB)”, disse a psolista.
Fátima Santiago também fez uso da palavra para tocar no assunto: “a explicação de um erro de satélite é muito cômodo. Somos obrigados a pensar que foi ato de racismo sim. Se fosse branco e morasse na Ponta Verde não seria assim. Na periferia, traficante negro é abordado diferente de traficante branco”.
“Martins trabalha justamente investigando e tentando modificar o que acontece a população negra. Que ironia. Foram algozes, policiais mal formados. Eles deveriam ser punidos severamente e não tão somente com a perda da farda. Puro ato de racismo e os parlamentos precisam de leis mais rígidas para defender a população negra. Precisamos usar este momento para refletir e estender isto, complementou ainda a pepista.
Teresa Nelma classificou o episódio como “atrocidade” e levantou os questionamentos de racismo e preconceito com a classe econômica. “Precisamos repensar estas atitudes. Isto ocorre num momento em que o Estado é holofote em relação à segurança pública e a luta do governador para reduzir índices. Como fazem um triste momento deste que marcou profundamente a vida do Carlos Martins? Não podemos deixar impune. Precisamos ir ao Conselho Estadual de Segurança Pública, ao Ministério Público, à Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas, e a outros órgãos responsáveis para que esta ação truculenta, esta ação de animais, não fique impune”, revoltou-se a tucana.
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