A Ação Cautelar de número 2012.005580-6 impetrada pela Associação dos Transportadores de Passageiros do Estado de Alagoas (Transpal) não teve o resultado que o setor tanto desejava. A desembargadora Nelma Torres Padilha, integrante da 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), negou o pedido de liminar dos empresários de aumento da passagem de ônibus para R$ 2,30, e manteve em R$2,10.
Apesar da negativa da desembargadora, os maceioenses, que foram às ruas nesta terça-feira (14) e utilizaram o transporte coletivo, observaram que a decisão da Justiça ainda não foi cumprida e, portanto, o valor continua em R$ 2,30. “Eu não sei onde isso vai parar. Porque se fosse qualquer outra pessoa a ordem judicial já estaria sendo cumprida. Agora, como representa um setor de transporte público que movimenta milhões, o desrespeito impera de maneira vergonhosa”, lamentou o professor de literatura, Paulo Lamenha, que conversou com a reportagem enquanto aguardava um ônibus no bairro de Pajuçara.
O professor lamentou que diante do alto custo da passagem do transporte público na cidade o serviço ofertado seja de péssima qualidade. “Nenhum prefeito, vereador, deputado ou juiz sabe melhor do que nós, que precisamos dos ônibus diariamente, dos absurdos que passamos ao utilizar esses veículos. Melhorou um pouco, mas ainda tem problemas crônicos que há décadas existem e ninguém não faz nada. Os ônibus não cumprem horários e ficam à mercê da vontade dos motoristas”, colocou Lamenha.
Com a negativa do pedido de liminar, a desembargadora manteve a decisão do juiz, Ygor Figueiredo, da 14ª Vara Cível da Capital – Fazenda Estadual, que fixou o valor da tarifa em R$2,10. Em recente entrevista à imprensa, o magistrado garantiu que em caso de descumprimento, a Transpal pagaria multa de R$ 50 mil/dia. “Ao final do prazo estipulado, a Associação será multada”, frisou.
Sobre a negativa do Tribunal de Justiça, a aposentada Maria Luzinete se mostrou pessimista com o possível cumprimento da sentença. “Sinceramente, eu não acredito que haja interesse deles em fazer isso. Mais uma vez, nós vamos ‘pagar o pato’. É assim, infelizmente”, lamentou.
O CadaMinuto passou em alguns pontos de ônibus e observou que o valor da passagem não foi reajustado.