A companhia aérea Gol dobrou no segundo trimestre o resultado negativo sofrido um ano antes, impactada por uma combinação de desvalorização do real frente ao dólar e custos elevados com combustível.
O resultado fez a empresa estimar que terminará 2012 com margem de lucro operacional negativa. A segunda maior companhia aérea do país encerrou o segundo trimestre com prejuízo líquido de R$ 715,1 milhões, praticamente o dobro do resultado negativo apurado um ano antes, de R$ 358,7 milhões.
Com isso, a companhia fechou o primeiro semestre com prejuízo líquido de R$ 756,5 milhões, mais que o dobro da perda de R$ 289,31 milhões em igual período de 2011. Analistas consultados pela Reuters estimavam, em média, prejuízo líquido de R$ 292,1 milhões no segundo trimestre.
A companhia revisou suas estimativas de desempenho para 2012 e agora espera encerrar o ano com margem operacional (Ebit) negativa, contra perspectiva anterior de margem de 4% a 7%. No trimestre passado, a margem Ebit ficou negativa em 19,4% e no semestre, em -8,7%.
"Os altos custos com combustível, a depreciação do real frente ao dólar americano que impacta diretamente 55% das despesas operacionais da companhia e o aumento nos custos com tarifas relacionadas a operação aérea no Brasil impactaram significativamente os resultados da Gol e do setor aéreo nacional", afirmou a companhia no balanço assinado pelo novo presidente-executivo da companhia, Paulo Sérgio Kakinoff.
A Gol também revisou sua expectativa de demanda no mercado doméstico em 2012 para crescimento entre 6% e 9%, contra expectativa anterior de expansão de 7% a 10%. Além disso, a empresa reduziu sua estimativa de aumento de oferta de assentos este ano.