Quatro dias depois da ação policial desastrosa na casa do sociólogo Carlos Martins, que sofreu tortura psicológica depois de a Polícia descobrir que estava na casa da pessoa errada, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Omar Coelho, o comandante da Polícia Militar, Dimas Barros Cavalcante, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Gilberto Irineu e o subcomandante da PM, Mário da Hora estiveram reunidos na tarde desta terça-feira (14), na sede da Ordem para falar sobre as denúncias que tem sido recebidas sobre ações abusivas praticadas por policiais.
As denúncias que chegam à OAB são encaminhadas à corregedoria da PM e abertos procedimentos investigativos. Segundo Gilberto Irineu, “só ontem recebemos três, mas já foram encaminhadas centenas de denúncias de casos de invasões de lares, com ou sem mandado, além de relatos de uso da força desnecessária por parte dos policias que quebram portas, janelas, móveis e utensílios de uso pessoal das vítimas”.
As instituições que protegem que macula a sua imagem se degeneram junto com ela, comentou o Comandante Dimas. “Aquilo que está errado tem que ser punido. Pessoas que agem de forma equivocada tem sido demitidas. Sabemos que existe corporativismo, mas buscamos punir quem está errado”, afirmou o comandante.
Quando as denúncias de comportamento abusivo chegam à PM “os casos são apurados e a punição é enérgica. Não podemos ser coniventes com quem está errado. Essas situações adversas não podem acontecer”, reforçou o Subcomandante da PM, Dimas Barros.
O déficit da PM é muito grande. Atualmente o contingente da polícia é de aproximadamente 8 mil homens, sendo 1 PM para cada 400 habitantes. Para Dimas, “o ideal para começar a desenvolver um trabalho mais ostensivo seria de aproximadamente 12 mil policiais. O déficit é muito grande”.
Caso do sociólogo
O sociólogo Carlos Martins teve sua residência invadida, foi algemado e sofreu tortura psicológica durante 40 minutos. Depois de revirar toda a residência os policiais perceberam que estavam no endereço errado e que a vítima era inocente. Ao chegar ao Deic a vítima não recebeu nenhum pedido de desculpas ou qualquer tipo de retratação.
A atitude abusiva dos policias na residência do sociólogo foi citada por diversos parlamentares na Sessão da Assembléia Legislativa desta teça, por diversos parlamentares.