Para esclarecer o diagnóstico, o tratamento e as atividades pertinentes à vigilância epidemiológica das doenças imunopreveníveis, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) capacita médicos e enfermeiros da Atenção Básica dos municípios alagoanos. O treinamento acontece nesta quarta e quinta-feiras (15 e 16), das 8h às 17h, no auditório do Hotel San Marino, na Ponta Verde.

De acordo com a gerente de Núcleo de Doenças Imunopreveníveis da Sesau, Claudeane Nascimento, as doenças em maior evidência no Estado serão mais bem trabalhadas na capacitação, a exemplo da meningite, gripe H1N1 (ou influenza A), coqueluche, doenças exantemáticas (sarampo, rubéola e síndrome da rubéola congênita) e varicela – mais conhecida como catapora.

As vacinas contra as doenças exantemáticas, meningite e a coqueluche fazem parte do calendário básico vacinal, mas a imunização contra a meningite é destinada apenas a crianças de três meses a menores de dois anos. Já a vacina contra a gripe H1N1 é oferecida por meio de campanha anual.

Quanto à varicela, o Estado realiza bloqueio vacinal para ofertar a vacina em localidades específicas que estejam em surto. A vacina contra a catapora é disponibilizada apenas no Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie) e não faz parte do calendário básico vacinal.

Casos de coqueluche

Claudeane Nascimento informou que Alagoas teve surtos de coqueluche em 2010, no município de Santana do Mundaú, e em 2011, em Jaramataia. Em 2012, até o dia 22 de julho, haviam sido confirmados 16 casos isolados de coqueluche em Coqueiro Seco, Tanque d’Arca, Teotônio Vilela, Quebrangulo e Marechal Deodoro. Nesse mesmo período de 2011, o Estado tinha 26 casos confirmados.

A gerente da Sesau informou ainda que o profissional de Saúde, ao receber a criança para diagnóstico, deve levantar a suspeita de coqueluche para realizar a quebra da cadeia da doença e evitar o surto. Já o diagnóstico é realizado por dois critérios: hemograma ou vínculo epidemiológico – quando os casos suspeitos aparecem em pessoas que vivem numa mesma casa.

A doença

Coqueluche, também conhecida por pertussis ou tosse comprida, é uma moléstia infectocontagiosa aguda do trato respiratório, transmitida pela bactéria Bordetella pertussis. O contágio se dá pelo contato direto com a pessoa infectada ou por gotículas eliminadas pelo doente ao tossir, espirrar ou falar. A infecção acomete especialmente crianças menores de dois anos.

O período de incubação varia entre 7 e 17 dias. Os sintomas duram cerca de 6 semanas e podem ser divididos em três estágios consecutivos. O diagnóstico é basicamente clínico. Em grande parte dos casos, exames laboratoriais podem ajudar a determinar a presença da bactéria Bordetella pertussis em amostras retiradas da nasofaringe.

Apesar de a vacina contra coqueluche não oferecer proteção permanente, é indispensável vacinar as crianças. Paciente com coqueluche deve permanecer em isolamento respiratório enquanto durar o período de transmissão da doença.

Recomendações

Uma vez diagnosticada a doença, alguns cuidados simples são importantes no atendimento ao doente.
- Mantenha o doente afastado de outras pessoas e em ambientes arejados, enquanto durar a fase de transmissão da doença.
- Ofereça-lhe líquidos com frequência para evitar a desidratação, e refeições leves, em pequenas porções, mas várias vezes ao dia.
- Separe talheres, pratos e copos para uso exclusivo da pessoa com coqueluche.
- Não se iluda com receitas caseiras para tratamento da tosse típica da coqueluche.
- Lave cuidadosamente as mãos antes e depois de entrar em contato com o paciente.
- Procure assistência médica se as crises de tosse se manifestarem por mais de 15 dias, pois elas podem ser sintoma de outras doenças e não da coqueluche.