Quanto mais longe no tempo fica a derrota para o México na final da Olimpíada, mais apoio público ganha o técnico Mano Menezes.

O presidente da CBF, José Maria Marin, afirmou ontem que Mano vai dirigir o time não só na partida de amanhã, contra a Suécia, mas também nas três seguintes, disputadas no Brasil.

Mudança de planos, só no caso de uma derrota impactante no amistoso desta quarta.

A seleção brasileira enfrentará a África do Sul em São Paulo (Morumbi), em 7 de setembro, e China em Recife (Arruda), três dias depois.

A convocação para esses jogos será já na próxima semana. Como são duas datas-Fifa, jogadores que atuam na Europa podem ser chamados.

No dia 19 de setembro haverá ainda o primeiro dos dois jogos do "Superclássico das Américas" entre as seleções locais de Brasil e Argentina, em Goiânia. E a ideia de Marin é ter Mano no banco.

"Vão ser testes difíceis, a torcida pode vaiar, pegar no pé, mas queremos passar por isso", declarou o dirigente.

O plano da CBF é submeter Mano e o time --que não deve mudar muito em relação ao que levou a prata em Londres-- à pressão da torcida em território brasileiro.

Ontem, momentos antes de a seleção treinar em Estocolmo, Mano falou por telefone com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lula ligou para o deputado Marco Maia (PT-RS), que passou o telefone para Mano. O treinador ouviu que "a prata não é derrota" e que "o trabalho está na direção certa".

O diretor de seleções Andres Sanchez afirmou que a seleção "precisa continuar com o Mano" e que "ele não é o culpado, assim como não seria o salvador de tudo se tivesse ganhado a medalha de ouro". "Os jogadores também precisam ser cobrados."

Andres só deu essas declarações depois de ter conversado longamente com Marin ontem de manhã, no hotel.

A única exceção no discurso de apoio ao técnico ainda é Marco Polo Del Nero, vice- -presidente da CBF, conselheiro e braço direito de Marin. Instado a falar sobre sua influência no futuro da seleção, Del Nero se esquivou.

"Quando for chamado, eu opino. Não fui chamado ainda, não sei se vou ser. Se for chamado, vou pensar o que vou falar", afirmou o dirigente. "Não tenho posição, estou definindo ainda."

Del Nero não foi ao treino, ontem à tarde. Marin, sim. Ficou no banco de reservas, lendo cópias impressas de jornais brasileiros, que tratavam da crise na seleção.

Em seguida, conversou demoradamente com Mano na beira do campo. Apertaram as mãos, se abraçaram, Mano sorriu, Marin sorriu.