Após a coleta do sangue em 2.612 animais para a realização do inquérito soroepidemiológico promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Alagoas, a Agência de Defesa Agropecuária de Alagoas (Adeal) deu início à terceira fase da pesquisa que verifica a circulação do vírus da aftosa no Estado.
A cada 15 dias, veterinários da agência estão retornando às propriedades rurais – que foram selecionadas para fazer parte do inquérito sorológico, as chamadas Unidades Primárias de Amostragem (UPA) – para o trabalho de inspeção, apuração e monitoramento dos animais selecionados para a pesquisa viral.
“Realizamos a inspeção completa, com exame de patas e boca, para verificar a presença de lesões compatíveis com as que são provocadas por doenças vesiculares infecciosas”, declarou o médico veterinário e fiscal agropecuário da Adeal responsável pela ULSAV Maceió, Hedivardo Otoni da Costa, afirmando que os veterinários também aproveitam as visitas para verificar se os animais perderam, ou não, os brincos de identificação.
Segundo o veterinário, no monitoramento também são observados itens referentes a registro de nascimento, mortes, abate para consumo na propriedade e perda de animais por furto ou roubo que ocorreram desde a realização da coleta de sangue.
“Fazemos a vistoria em todos os animais com idade de seis meses a dois anos que fazem parte da UPA. Contudo, o exame mais detalhado e completo é feito apenas com os animais da unidade elementar de amostragem (Clusters) que foram submetidos à coleta de sangue”, reforçou Hedivardo Costa.
Se todas as amostras da UPA forem negativas – não havendo evidências de circulação viral –, a propriedade rural é liberada. “Em caso de ser constatada a presença de algum animal reagente, todo o lote que passou pela primeira amostra será submetido à investigação complementar através de uma inspeção clínica e avaliação epidemiológica com uma nova coleta, chamada de pareada”, esclareceu o veterinário.
Etapas
A primeira etapa do trabalho de campo do inquérito soroepidemiológico teve início com a visita prévia dos técnicos da Adeal às propriedades rurais para constituição das Unidades Primárias de Amostragem. Já a segunda fase se caracterizou pela coleta de material (sangue) nos animais que fizeram parte da pesquisa viral, além do exame de inspeção da cavidade oral (língua, bochecha, gengiva e palato) – e de cascos dos animais.
O inquérito soroepidemiológico é realizado em propriedades rurais que foram selecionadas pelo Mapa por intermédio de sorteio, localizadas em 78 municípios alagoanos.
Após a coleta do sangue, que foi realizada em julho passado, o material foi encaminhado para os centros de triagem nos municípios de Batalha e em Maceió, para tratamento.
As amostras do soro sanguíneo, foram encaminhadas pela Adeal para análise no Laboratório Nacional Agropecuário de Pernambuco (Lanagro – PE), localizado na cidade de Recife, nas duas últimas semanas de julho.
O inquérito, que teve início em maio passado, é realizado também nos estados do Ceará, Maranhão, Pernambuco;,Piauí e parte do Pará. Segundo informou o Mapa, serão realizadas em todos os estados 47 mil amostras.
O inquérito soroepidemiológico, que conta com a parceria do setor produtivo do estado, é uma ação do Governo de Alagoas, por intermédio da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), em parceria com a Superintendência do Mapa em Alagoas. A Adeal – órgão vinculado à Seagri – é responsável pela execução das ações previstas no inquérito.